APOCALIPSE - Fim dos Tempos - Evangelion Tv Online


O livro do Apocalipse, ou da Revelação, é um dos livros que compõe a Bíblia Sagrada. É o último livro do Novo Testamento. Todo este estudo do Apocalipse foi desenvolvido única e exclusivamente com base na Bíblia Sagrada. A palavra Apocalipse é de origem grega e significa “revelação” conforme podemos ler nos dois primeiros versículos do livro:

Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo,
o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. (Apoc. 1:1-2)

Portanto estamos diante de uma revelação de Deus, que está sendo dada aos homens, mostrando as coisas que deverão acontecer em um futuro muito próximo.

João estava exilado na ilha de Patmos quando recebeu esta revelação através de um anjo. Este fato aconteceu por volta do ano 95 ou 96 de nossa era, portanto, aproximadamente 60 anos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Desde já queremos chamar a atenção para um detalhe importantíssimo que vai nos auxiliar a entender e interpretar os mistérios desse livro. A revelação foi dada no ano 95 ou 96 e o primeiro versículo diz claramente: "mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer”, portanto, tudo que está descrito no livro são fatos que começaram acontecer a partir daquele ano. Com isso já podemos concluir que hoje estamos vivendo dias apocalípticos, e logo mais, no decorrer do estudo saberemos em que momento do Apocalipse estamos vivendo e o que ainda vem pela frente.

Aconselhamos a todos os que realmente estão interessados em aprender algo sobre o Apocalipse, que leia o livro todo com calma e atenção, pelo menos duas vezes, e se for possível mais vezes antes e durante o estudo, mesmo sem entender a mensagem, pois com isso será mais fácil entender as lições apresentadas.

Nesse estudo não estaremos abordando as teorias teológicas existentes em torno da interpretação deste livro tão polêmico. O estudo será totalmente prático baseado única e exclusivamente na própria Palavra de Deus. Nos seminários e faculdades teológicas são abordadas teorias tais como: milenismo, amilenismo, tribulacionista, pós-tribulacionista, futurista, etc... Estes termos foram abolidos deste estudo.

Toda mensagem contida no livro do Apocalipse é dirigida exclusivamente para a Igreja de Jesus Cristo, tanto é assim, que a revelação dada a João inicia com sete cartas dirigidas a sete igrejas, e no final, a mensagem de Jesus é a seguinte:

Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã. (Apoc. 22:16)

O principal objetivo dessa mensagem é preparar a Igreja de Cristo para que não venha a participar dos juízos previstos no dia da grande ira de Deus, e isto, evidentemente, requer obediência à Palavra de Deus.

E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela (referindo-se à Babilônia, símbolo do pecado), povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas. (Apoc. 18:4)

Eis que presto venho. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. (apoc. 22:7)

Tenha em mente que a mensagem desta profecia, como toda profecia divina, é extremamente séria. Não podemos brincar com aquilo que é sagrado. No dia do juízo não haverá tolerância de qualquer espécie.

Logo após Jesus ter subido junto ao Pai, depois da ressurreição, os discípulos atenderam a ordem dada por Jesus de divulgar ao mundo o evangelho da salvação, foi quando começaram a surgir as igrejas Cristãs.

Ocorre, porém, que muitos nunca aceitaram o evangelho de Jesus e sempre houve perseguição contra os que se mantinham fiéis a Ele, quer por motivos políticos, religiosos ou interesses pessoais.

Todos os discípulos e apóstolos de Jesus foram perseguidos, presos, afligidos e mortos. Como conseqüência, as igrejas também sofreram perseguições violentas.

Foi nesse ambiente que o livro do Apocalipse foi escrito. Jesus arrebatou João em espírito, ou seja, João ficou fisicamente com seu corpo aqui na terra e seu espírito foi transportado até o céu, onde lhe foram mostradas as coisas que brevemente deveriam acontecer. (Ap. 1:10 e Ap.1:1).

Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. Apc. 1:10-11

Todas as visões de João foram de forma simbólica. Alguns crêem que as visões de João foram registradas desta forma aparentemente confusa, crendo que ele viu coisas que não conhecia naquela época, então descreveu como bem entendia. Isto seria como que um índio que nunca tivesse visto um avião, o descrevesse como sendo um pássaro de ferro. Esta teoria não faz sentido em nenhum texto da bíblia.

Uma vez Jacó teve uma visão de uma escada que subia ao céu (Gen. 28:12) e Pedro teve uma visão de um vaso como um lençol que descia do céu (Atos. 10:11). Eram visões simbólicas. A escada e o lençol eram símbolos de algo que Deus estava querendo ensinar.

Da mesma forma, João viu o que ele realmente viu e escreveu. Se está escrito que ele viu um cavalo vermelho, ele realmente viu um cavalo vermelho, porém esse cavalo vermelho tem um significado, simboliza algo que Jesus quer revelar a nós. Isto evidentemente não significa que no céu tenha cavalos coloridos, são apenas símbolos. E neste estudo vamos aprender o significado de muitos símbolos descritos no Apocalipse.

A interpretação e o entendimento da mensagem contida não só no Apocalipse, mas de toda a bíblia, depende em primeiro lugar do nosso desejo ardente, sincero e incondicional de conhecer a Palavra de Deus. Depende em segundo lugar da nossa disposição em ouvir, ler, estudar, e meditar na Palavra de Deus.

Se nós fizermos a nossa parte, então o Espírito Santo de Deus irá nos revelar a Sua mensagem no momento oportuno e de acordo com a necessidade de cada um.

Não basta querermos aprender e ficarmos de braços cruzados esperando que a mensagem apareça em nossa mente como que uma mágica, é necessário o nosso empenho para nos alimentarmos da Palavra de Deus.

Alguns símbolos são interpretados pela própria Palavra no mesmo texto. Compare Ap. 1:13, 16 com Ap. 1:20 - os castiçais e as estrelas). Outras vezes encontramos o entendimento através de outros textos. Compare Ap. 4:3 com Gen. 9:13 - o arco celeste.

Algumas interpretações são baseadas no conhecimento dos atributos de Deus, na sua forma de agir, na sua santidade, na sua onisciência, no seu amor, na sua justiça, sabendo que Deus não muda, as suas leis são perpétuas e imutáveis.

Por exemplo, vamos estudar mais para frente, que a promessa feita a Abraão há quatro mil anos atrás, ainda está sendo cumprida e continuará em vigor até mesmo nos dias futuros do Apocalipse. Também a título de exemplo, da mesma forma que Deus livrou Noé e sua família da tormenta do dilúvio por serem fiéis, podemos concluir que Deus também livrará a igreja, pura e imaculada, das tormentas da grande tribulação que há de vir sobre o mundo. Deus não usa dois pesos e duas medidas.

Algumas mensagens nunca serão reveladas por Deus por serem mistérios que, por algum motivo, não convém que sejam reveladas (Deut. 29:29; Mat. 24:36; Ap. 10:4; Atos 1:7)

Existem também mistérios que Deus revela somente para quem Ele determinar no tempo oportuno, nem antes, nem depois (João 13:7; Dan. 12:8-9)

Existem também as interpretações falsas e perigosas, nascidas na mente humana e sem qualquer base na Palavra de Deus, essas são naturalmente desaprovadas por Deus (2Ped. 3:16).

Por esse motivo, alertamos sobre a importância de estarmos desarmados diante de Deus, estarmos totalmente atentos e submissos ao Espírito Santo e estarmos sempre alimentados com a Palavra de Deus, caso contrário certamente cairemos no erro e no engano. Toda interpretação e todo entendimento devem estar fundamentados na própria Palavra de Deus.

Através deste estudo vamos conhecer todo plano de Deus para redenção do homem, vamos aprender o que realmente vai acontecer no futuro. O sol vai apagar? As estrelas do céu cairão sobre a terra? O nosso planeta vai explodir? Quem são os quatro cavaleiros do Apocalipse? O que significam as sete trombetas e as sete taças? Quem é a besta do Apocalipse? Quem serão os 144000 assinalados? A igreja passará pela tribulação? Como será a vida no milênio? Quem estará presente no juízo final?

Todas esta perguntas e outras mais serão respondidas durante o estudo, e todas com amparo na própria Bíblia.

No capítulo II, ainda como introdução estaremos apresentando uma visão panorâmica de toda história da humanidade sob o ponto de vista do plano de Deus para com os homens, desde a criação até o Apocalipse.



Capítulo 2


UMA VISÃO PANORÂMICA DO APOCALIPSE

Neste capítulo vamos apresentar, de uma forma simplificada, uma visão panorâmica de toda história da humanidade tal como se encontra relatada na Bíblia, tendo como objetivo chegar ao entendimento dos fatos narrados no livro do Apocalipse.

Desde o dia em que foi dada a revelação ao apostolo João, muitas coisas desta profecia já estão acontecendo e outras ainda irão se cumprir até o fim da história desta humanidade quando então terá início uma nova história no novo Éden que jamais terá fim. Esta será a eternidade planejada por Deus desde o princípio da criação.

E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. (Apoc. 21:1)

E dirão: Esta terra assolada ficou como jardim do Éden; e as cidades solitárias, e assoladas, e destruídas estão fortalecidas e habitadas. (Ezequiel 36:35)

No princípio de toda historia da humanidade, Deus colocou o primeiro homem no mundo, Adão, e desde então a terra começou a ser habitada (com todo respeito aos evolucionistas, nós cremos única e exclusivamente na Palavra de Deus revelada através das Escrituras Sagradas).

A partir de Adão, passaram-se aproximadamente dois mil anos quando surgiu no mundo um outro homem de real importância para nosso estudo. Trata-se de Abraão. Algo extraordinário aconteceu no relacionamento entre Deus e os homens através de Abraão. Deus estabeleceu uma aliança fazendo uma promessa a esse homem. Este fato é vital para o entendimento do livro do apocalipse, sempre lembrando que as promessas de Deus cumprem-se literalmente na íntegra.

Vamos destacar duas promessas feitas por Deus a Abraão:

1) Deus estabeleceu que a descendência de Abraão seria extremamente numerosa, comparada com as estrelas no céu e a areia do mar.
2) A descendência de Abraão iria possuir a terra perpetuamente.

Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações. E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto. E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e a tua semente depois de ti. E te darei a ti e a tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus. (Gn. 17:4-8)

Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. (Gn. 15:5)

É muito importante notar a Palavra onde diz "concerto perpétuo". Considerando que a Palavra de Deus é perfeita, fiel, verdadeira e imutável, considerando também que concerto perpétuo significa eterno, para sempre, concluímos que essa promessa nunca será extinta e permanecerá por toda eternidade. Repetimos: este entendimento é vital para o conhecimento do Apocalipse conforme veremos em outros capítulos mais para a frente.

Através dessa promessa surgiu no mundo um povo especial controlado e protegido por Deus. É o povo de Israel. Para quem não sabe, Abraão, que recebeu a promessa, teve um filho chamado Isaque. Isaque por sua vez teve um filho chamado Jacó o qual teve o seu nome mudado por Deus e que passou a se chamar Israel. Este, por sua vez, teve doze filhos que se constituíram nas doze tribos de Israel, e são essas doze tribos de Israel que estão na linha da promessa feita por Deus a Abraão.

Esta profecia ainda não está totalmente cumprida. Veremos o seu cumprimento no final deste estudo.

A partir de Abraão, passaram-se aproximadamente mais dois mil anos quando surgiu na terra outro homem muito mais importante do que Adão e de Abraão. Trata-se agora de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Através de Jesus foi feita uma nova aliança, quando surgiu um outro povo especial, controlado e protegido por Jesus. Trata-se agora da Igreja de Jesus Cristo, a qual já está praticamente com dois mil anos de idade, a exemplo dos períodos anteriores.

A história da igreja começou com Jesus Cristo quando ele ordenou aos seus discípulos que divulgassem o evangelho da graça por todo o mundo.

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marc. 16:15-16).

Foi logo no início desse período, perto do ano 95 desta era, que João recebeu a revelação. Este período da igreja, que já está praticamente com dois mil anos, em breve chegará ao fim, da mesma forma que chegou o fim a era da lei, o antigo testamento, período anterior a Jesus. No Apocalipse, o período da igreja está registrado nos capítulos um, dois e três.

O fim da era da igreja será marcado com o arrebatamento da igreja, ou seja, a igreja que for considerada pura e sem manchas será retirada da terra e levada ao reino celestial da mesma forma que Jesus subiu ao céu após ter ressuscitado.

Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. (1Tes. 4:13-17)

Após a saída da igreja da terra, terá inicio um período de intensa tribulação na terra atingindo todos os que ficarem. Este período será bastante curto comparado com a história. De acordo com as profecias, especialmente de Daniel, podemos afirmar que este período irá durar aproximadamente sete anos.

“...porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias”. (Mt. 24:21-22)

Alguns crêem, e encontram respaldo na Bíblia, de que a igreja estará participando desta tribulação, outros, também com base bíblica, dizem que a igreja não passará por este período de tribulação. Quem estaria com a razão? Na verdade, as duas interpretações estão corretas, sem que isto se constitua numa contradição. Nas lições seguintes este assunto ficará bem claro e não deixará qualquer dúvida a respeito.

No estudo que faremos, iremos notar que este período de tribulação estará visivelmente dividido em dois períodos de três anos e meio cada um, sendo que o segundo período será tremendamente mais aflitivo do que o primeiro.

Enquanto a tribulação estará acontecendo na terra, a noiva de Cristo, a igreja pura e imaculada, estará nos céus com Jesus participando da grande ceia também chamada de as bodas do cordeiro.

E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até aquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai. (Mat. 26:29)

Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. (Ap. 19:7).


Durante a tribulação, o mundo estará sob o domínio do anticristo, também chamado de besta, falso profeta, homem iníquo, homem este que agirá sob o controle de Satanás. Neste período haverá guerras, fomes, terremotos, muita violência, muitas mortes e toda a terra será abalada chegando até a modificar a sua geografia (Mat. 24:7).

... e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, (2Tes. 2:8-9)

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. (Mt. 24:7)

Nos capítulos seguintes vamos explicar porque estas coisas deverão acontecer e como vão ficar a terra e os homens após estes acontecimentos. O período desta tribulação está narrado em dezesseis capítulos no livro do Apocalipse, desde o capítulo quatro até o dezenove.

No final da tribulação, quando Deus já tiver completado o seu plano, Jesus voltará novamente à terra, trazendo consigo a igreja que ele havia levado no arrebatamento.

E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. (Apoc. 19:11-14)

Neste momento acontecerá o que chamamos de Batalha do Armagedom. Trata-se realmente de uma batalha entre Jesus Cristo, juntamente com a igreja, contra a besta do Apocalipse, ou o anticristo.

E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. (Ap. 19:19).

O nome Armagedom se deve ao fato dessa batalha estar acontecendo em um lugar com esse nome, o Vale do Megido.

E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom. (Ap. 16:16).

Nem precisamos dizer que Jesus irá vencer esta batalha sem qualquer dificuldade. Todos os seguidores da besta serão mortos, a besta e o falso profeta serão retirados do cenário e Satanás será preso no abismo durante mil anos.

E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes. (Apoc. 19:20-21)

Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo. (Apoc. 20:2-3)

A partir deste momento a terra já estará restaurada, já não há mais guerras, nem terremotos nem maldição. A violência deixará de existir. A verdadeira paz estará presente na terra.

Inicia-se agora o período que chamamos de milênio, ou seja, Jesus Cristo estará reinando no mundo durante mil anos juntamente com a igreja que ele mesmo preparou.

E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. (Ap. 20:4).

Oportunamente teremos um capítulo mostrando em detalhes como será o reinado de Jesus, como será as condições da terra e dos homens nesse período.

Durante o milênio a população da terra será maior do que a população nos dias de hoje, sem que isto se constitua numa superpopulação. Também não haverá necessidade de grandes edifícios nem de pequenos apartamentos para acomodar a multidão que estará povoando a terra.

O período do milênio também chegará ao fim um dia. E quando chegar esse dia, Satanás que estava preso será solto por um pouco de tempo e imediatamente irá tentar os homens na face da terra. No capítulo correspondente iremos explicar porque Satanás será solto por um pouco de tempo.

Agora acontece uma nova batalha. Satanás e seus seguidores serão derrotados. Satanás será lançado definitivamente no lago de fogo. Nunca mais poderá tentar ninguém.

E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. (Apoc. 20:7-10)

Segue-se o juízo final quando todos os que ainda estavam mortos desde o principio do mundo irão ressuscitar e serão colocados diante do trono de Deus, para serem julgados de acordo com as obras de cada um. Estas obras incluem também a fé e a fidelidade a Deus durante a vida nesta terra.

E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. (Ap. 20:11-14).

Haverá livros onde estarão registradas as obras de cada um e um outro livro especial, chamado Livro da Vida. Quem não tiver o seu nome escrito no Livro da Vida, será lançado no lago de fogo onde já estarão Satanás e a besta.

E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. (Ap. 20:15).

Quem tiver o seu nome escrito no Livro da Vida estará na vida eterna junto com Jesus e terá acesso à cidade santa, a Nova Jerusalém onde estarão presentes Nosso Senhor Jesus, e toda igreja que perseverou e saiu vitoriosa.

E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap. 21:27).

Está escrito que fora da cidade haverá povos e nações. Um rio de água pura sairá da cidade. A árvore da vida que estava no jardim do Éden, agora estará presente novamente na terra, e está escrito no Apocalipse que ela será para a saúde das nações.

E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e na sua testa estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre.. (Ap. 22:1-5).

A partir deste ponto a bíblia já não revela mais nada, pois daqui para frente é a eternidade, uma vida em condições perfeitas e que foi planejada por Deus desde a criação do mundo. Esta é a vida eterna. Enquanto isto, o lago de fogo e enxofre nas profundezas do abismo também estará eternamente povoado pelo diabo, seus anjos, pela besta e o falso profeta, e também por todos os homens que desde a fundação do mundo se mantiveram rebeldes e desobedientes a Deus.

O período do milênio até a eternidade está registrado nos capítulos vinte até o vinte e dois do livro do apocalipse.

Na próxima lição estaremos estudando o plano de restauração que Deus determinou desde o princípio. Veremos porque a igreja vai ser retirada da terra, porque haverá o período da tribulação com tantas mortes, com terremotos e abalos em todo lugar e porque a terra vai ser modificada.

Tudo tem um motivo dentro do propósito de Deus.



Capítulo 3


O PLANO DE RESTAURAÇÃO

Se você já leu todo o livro do Apocalipse, verificou que estão registradas muitas catástrofes, com abalos nos céus e na terra (Ap. 6:12-14), muitos terremotos e muitas mortes (Ap. 11:13). Vamos estudar neste capítulo, uma das razões pela qual terão que acontecer todas aquelas catástrofes que estão registradas no livro do Apocalipse.

Para entender este plano, vamos voltar ao passado, no Jardim do Éden. Antes, porém, para que haja uma melhor compreensão do que queremos dizer, vamos imaginar que em algum lugar do mundo exista um lugar conforme descrevemos a seguir:

"Imagine um povo morando em uma ilha isolada do resto do mundo. Neste lugar, totalmente plano sem montanhas, vales ou precipícios e com muita vegetação, não existem ervas daninhas, nem vegetação inútil, mas somente arvores frutíferas e vegetação comestível, tudo puro e sem poluição. Todos os rios e lagos com águas puríssimas, própria para se beber e muitos peixes. Lá não existem insetos nem animais nocivos ou ferozes. O clima é sempre agradável, não há excesso de calor nem de frio, e não há terremotos, vendavais, tempestades ou coisa semelhante. Naquele lugar também não existem policia nem tribunais ou cadeias, porque todos os habitantes são honestos e justos. Também não existem médicos farmácias ou hospitais, porque não existe qualquer tipo de doença. A vida entre os habitantes é alegre, sadia e só existe a paz. Lá também não existem governos porque seus habitantes são dirigidos diretamente por Deus, eles espontaneamente obedecem rigorosamente cada palavra de Deus. Eles tem Deus como Rei, como Senhor, como Pai e vivem em plena comunhão com Ele."

Este seria um modelo do Éden que Deus planejou para o homem.

Deus criou os céus e a terra. Estabeleceu na terra, um jardim chamado Éden (Gen. 2:8), onde havia a absoluta perfeição (Gen. 1:31), plantado com árvores frutíferas, ideais para a alimentação humana (Gen. 2:9,16).

Colocou animais de todas as espécies para serem dominados pelo homem, porém nenhum animal era feroz ou perigoso (Gen. 1:25). Os animais somente se tornaram arredios e ferozes com temor dos homens por determinação de Deus logo após o dilúvio (Gen. 9:2).

Finalmente Deus então criou o homem e o colocou nesse Jardim (Gen. 1:28).

O homem estava numa condição de absoluta perfeição, paz, tranqüilidade e o principal, em comunhão com Deus o seu criador (Gen. 2:19). Não havia morte nem doença, não havia maldição, dor ou qualquer outro tipo de problema. E o homem se comunicava com Deus diariamente (Gen. 3:8).

Deus criou o homem para que o homem O amasse, e vivesse em comunhão com Ele de livre e espontânea vontade, pois Deus não queria um fantoche que pudesse ser manipulado, mas uma personalidade livre que pensasse, e tomasse decisão, porém que Lhe obedecesse por vontade própria.

Para que o homem fosse testado no seu livre arbítrio, Deus colocou uma árvore no meio do Jardim, chamada Árvore da Ciência do Bem e do Mal, e disse ao homem para que não comesse daquela árvore, pois se comesse, o homem morreria (Gen. 2:17). Este era o teste para a fidelidade do homem.

Como sabemos, o homem tentado pelo diabo, não resistiu e comeu daquele fruto (Gen. 3:6). Como conseqüência, a condenação da morte foi aplicada. Por causa desse pecado de desobediência, o homem perdeu três grandes bênçãos que Deus lhe havia dado:

a) Perdeu a vida eterna, espiritualmente falando. O homem vivia em comunhão constante com Deus, agora, por causa do pecado, Deus se separou do homem, o espírito do homem foi considerado morto para Deus e o destino dele seria o inferno para sempre, totalmente isolado da presença de Deus (Gen. 3:8-9).

b) Perdeu a vida física do corpo. O homem não foi criado para morrer, porem nesse momento ele ganhou a morte física (Gen. 3:19).
Uma doença chamada envelhecimento tomou conta do seu corpo e iniciou-se o processo de envelhecimento até a morte. Conseqüentemente começaram a surgir doenças, dores e sofrimento de toda espécie.

c) Perdeu a terra. O homem perdeu a posse da terra, foi expulso do Jardim do Éden (Gen. 3:23), e a terra foi amaldiçoada. Ao invés de arvores frutíferas, começaram a surgir ervas daninhas (Gen. 3:18). Para comer, o homem agora precisava trabalhar de forma estafante (Gen. 3:17).

Ora, Deus havia planejado tudo bom e perfeito para o homem, e agora, por causa da interferência do diabo e por causa da desobediência do homem, todo plano foi destruído. Será que Deus se frustrou nesse plano? Será que agora Deus iria cruzar os braços como que dizendo: "Eu fiz o melhor para o homem e ele não obedeceu, agora o problema é dele."

De forma nenhuma, Deus nunca fica frustrado nos seus planos, tudo aquilo que Ele planeja e diz que vai fazer, Ele faz e ninguém tem possibilidade de frustrar ou anular os planos de Deus.

Por isso, Deus estabeleceu um outro plano para "consertar" o que o homem destruiu. Deus enviou o Seu Filho, Jesus, para restaurar todas as coisas.

O objetivo era retornar ao que Deus havia planejado desde o início, antes do pecado se estabelecer no meio do homem.

A vida eterna do espírito, Jesus conquistou no momento que Ele entregou sua vida naquela cruz (Isa. 53:4-5), ou seja, a condenação da morte que estava sobre o homem, agora caiu sobre Jesus que não merecia morrer (Mat. 27:46). A partir desse momento, o homem que crer e aceitar esse sacrifício tem o seu espírito recriado, o que a bíblia chama de novo nascimento (João. 3:7). Com isso, o homem tem acesso à vida eterna perdida lá no Éden (João. 3:16). Portanto, já temos em mãos o passaporte para a eternidade com Deus, só estamos esperando o dia da viagem.

A vida física do corpo, Jesus também conquistou no momento em que Ele ressuscitou e saiu daquele túmulo três dias após a sua morte (Luc. 24:1-3). Jesus venceu a morte e ressuscitou. O homem que aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador, além de ganhar a vida eterna, também ressuscitará no dia da volta de Jesus (1Cor. 15:52), assim como ele também ressuscitou. E desta forma teremos também um novo corpo sem defeitos e sem doenças e que não mais morrerá (Mat. 22:30).

A posse da terra, o homem vai receber das mãos de Jesus quando Ele voltar (Salm. 115:16). Porém a terra que hoje ainda está sob maldição, terá que ser restaurada, toda maldição deverá ser eliminada (Dan. 9:24) para ficar igual às condições do Jardim do Éden (Ezeq. 36:35). Isto é o que vai acontecer nos dias apocalípticos.

Naqueles dias, a terra passará sob fortes abalos, tudo que não presta será eliminado, todas as condições desaforáveis serão modificadas (Ap. 21:1), todos os homens que continuarem rebeldes e desobedientes a Deus serão mortos e reservados para o dia do juízo (Ap. 9:18).

Costumamos dizer que a terra passará por uma funilaria geral, porém com seus habitantes dentro dela. Imagine um automóvel destroçado sendo consertado pelo funileiro com passageiros dentro do carro. Isto é o que vai acontecer na terra.

Depois de tudo isto, a terra com seus habitantes será novamente como era no Jardim do Éden antes do homem pecar, e então Deus dará continuidade ao plano inicial após este intervalo para conserto do estrago feito pelo homem (Ezeq. 36:35).

Olhando sob este ponto de vista, vemos que os fatos narrados no Apocalipse no seu estágio final são uma continuidade da criação narrada no início do livro de Gênesis. Os abalos catastróficos mencionados servirão para purificar e restaurar a terra e aplicar juízo sobre seus habitantes.

Nos dias de hoje, estamos simplesmente vivendo um parêntesis dentro da história da criação para que Deus reconstrua a obra desfeita pelo diabo e pelo homem.

Convém ressaltar que toda redenção da criação está fundamentada única e exclusivamente em Jesus Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo na forma de homem, e que por não ter pecado, e não ter participado da natureza pecaminosa gerada por Adão, não teve sobre si a condenação da morte promulgada por Deus no início da criação.

Por não ter condenação e ter vencido o pecado, assumiu a culpa sobre si, pagou o preço, venceu a morte e agora tem em suas mãos as chaves da morte e do inferno (Ap. 1:18) e tudo está debaixo do seu comando.

No próximo capítulo estaremos estudando os mesmos fatos do Apocalipse sob o ponto de vista profético.



Capítulo 4


O APOCALIPSE SOB O PONTO DE VISTA PROFÉTICO
AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

No passado, antes do nascimento de Jesus, houve uma época em que eram muitos os pecados dos homens. Sabendo das graves conseqüências que isto traria ao povo, o profeta Daniel começou a orar a Deus intercedendo pelo povo (Dan. 9:3-5).

Estando ainda orando, Deus mandou o anjo Gabriel para falar com o profeta (Dan. 9:21-22). A mensagem que o anjo trazia da parte de Deus era que, em setenta semanas, Deus iria acabar com todo o pecado do meio do povo de Israel e que iria ungir o Santo dos Santos (Dan. 9:24).
Vamos explicar isto.

Em primeiro lugar, as semanas proféticas mencionadas no texto são semanas de anos, ou seja, assim com uma semana normal tem sete dias, a semana profética tem sete anos, portanto nestas setenta semanas estamos falando de setenta semanas de anos, ou sejam, setenta vezes sete anos correspondendo a quatrocentos e noventa anos (Lev. 25:8).

Ungir o Santo dos Santos significa que Jesus Cristo iria ser ungido Rei para reinar sobre o seu povo. Sabemos que a obra completa de Jesus abrangia a unção para Profeta, Sacerdote e Rei.

Jesus já foi profeta quando trouxe a Palavra de Deus aos homens. Foi Sacerdote quando sacrificou-se a si mesmo para expiação do pecado do mundo, e falta ainda sentar no trono de Davi para reinar entre seu povo. Esta função de Rei, Jesus ainda não exerceu literalmente porque os judeus não o aceitaram como Rei.

Resumindo, Deus disse a Daniel que em setenta semanas, ou seja, em quatrocentos e noventa anos, todo pecado e toda iniqüidade seriam extintos do mundo e no final Jesus viria para sentar no trono e reinar literalmente entre os judeus aqui na terra.

A humanidade está no mundo já há seis mil anos, e onde podemos encaixar estes quatrocentos e noventa anos? Na mesma profecia encontramos explicação para o inicio da contagem.

Esse período de quatrocentos e noventa anos iniciou no momento em que foi dada a autorização para reconstruir a cidade de Jerusalém que havia sido destruída (Dan. 9:25).
Até o Messias, completar-se-iam sessenta e nove semanas, ou seja, quatrocentos e oitenta e três anos, sendo sete semanas para reconstruir a cidade e mais sessenta e duas semanas até o Messias.

Esta autorização para reconstruir a cidade foi dada pelo Rei Artaxerxes a Neemias durante o Império Persa (Neem. 2:1,5,8). Portanto a contagem das 70 semanas, ou 490 anos, se inicia no momento em que o rei Artaxerxes autorizou Neemias a reconstruir a cidade de Jerusalém.

A marca do Messias, completando sessenta e nove semanas, é encontrada no dias em que Jesus entrou triunfalmente na cidade de Jerusalém montado em um jumentinho, para ser aclamado Rei dos Judeus (Lucas. 19:35-38). Este acontecimento foi profetizado pelo profeta Zacarias (Zac. 9:9).

Se forem feitos os cálculos pelo calendário, veremos que desde a ordem dada a Neemias para reconstruir a cidade, até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, são decorridos exatamente quatrocentos e oitenta e três anos, ou sessenta e nove semanas.

Mas a profecia era de setenta semanas, portanto ainda estaria faltando uma semana, ou seja, sete anos para completar o período. Logo mais veremos onde encontraremos esta semana faltante.

Todos estes cálculos podem parecer confusos, mas é bem simples de entender. De acordo com o plano de Deus, a partir da autorização para reconstruir a cidade, se passariam quatrocentos e noventa anos e Jesus teria extirpado o pecado, e estaria no trono como Rei conforme profetizado por Daniel.

Ocorre que não foi exatamente assim que aconteceu. Quando Jesus entrou na cidade levado por seus discípulos para ser aclamado Rei, o povo não reconheceu Jesus como Messias e não o aceitou como Rei (João. 1:11).

Mais uma vez o plano de Deus não se completa por interferência do homem que continua rebelde e desobediente a Deus. Mas como já dissemos que Deus não se vê frustrado em seus planos, Ele novamente interrompeu a historia, agora, com o povo judeu para estabelecer mais um plano intermediário antes de continuar com seu propósito.

Como os judeus não reconheceram o Messias e não receberam Jesus com Rei, Deus "deixou um pouco os judeus de lado" abrindo um intervalo na história para dar oportunidade aos gentios, ou seja, aos povos que não são judeus (Atos. 13:46).

Para ilustrar este fato, Jesus contou uma parábola mostrando exatamente o que aconteceu (Lucas. 14:15-24).

Nesta parábola, Jesus conta a história de um homem que preparou uma grande ceia e convidou os seus amigos mais chegados. Um a um, os convidados se esquivaram com desculpas para não comparecer na ceia. Um disse que havia comprado um terreno e precisava ir vê-lo, outro disse que havia se casado e não podia ir, enfim todos se desculparam e não aceitaram o convite. O homem ficou indignado e mandou os criados irem à rua chamar todos que encontrassem, os mancos, os maltrapilhos, os mendigos, até completar todos os lugares disponíveis na mesa da ceia. No final, diz que nenhum daqueles primeiros convidados iria provar da sua ceia.

Na vida real, esses convidados da rua são os gentios a quem Deus abriu as portas e convidou para comparecer à grande ceia, ou seja, as bodas do Cordeiro. Jesus veio para o seu povo, os judeus, mas eles não o receberam, agora Jesus está preparando a sua igreja formada pelos gentios, igreja esta, que é também chamada de "A Noiva de Cristo" e que um dia será levada para a grande ceia no lugar dos primeiros convidados (Ap. 19:7). Marque bem este fato: Jesus disse em sua parábola que nenhum dos seus convidados provaria da sua ceia.

Hoje estamos vivendo os dias dessa igreja que está sendo preparada como uma noiva (2Cor. 11:2 e Efes. 5:27), e estamos exatamente no intervalo que Deus abriu na história dos judeus quando a contagem das setenta semanas foi interrompida.

Voltando à profecia de Daniel (Dan. 9:24) vejamos onde está a última semana faltante.
Daniel diz que depois das sessenta e nove semanas (sete mais sessenta e duas), o Messias seria tirado (Dan. 9:26), como realmente aconteceu. Jesus, depois que ressuscitou, foi levado ao céu onde está ao lado de Deus até hoje.
Em seguida viria um príncipe que faria um concerto com muitos por uma semana. Estas semanas, somadas às sessenta e nove, completam as setenta semanas profetizada por Daniel.

Não podemos esquecer que após a retirada do Messias, há um intervalo de tempo para a igreja, que está completando dois mil anos, e depois disso é que viria o anticristo durante a tribulação de sete anos, a última semana faltante.

Este príncipe que há de vir é o anticristo, ou a besta do apocalipse, um homem terrível que estará reinando na terra sob o controle de Satanás por um período de sete anos. Estes sete anos são os sete anos de tribulação registradas no livro do Apocalipse nos capítulos 4 até 19.

Quando finalmente todos os lugares da mesa estiverem preenchidos pelos convidados da rua (nos referimos à parábola), então a era da igreja vai terminar e Jesus voltará para assumir o trono.

A volta de Jesus com a sua igreja para reinar, pode ser lida no Apocalipse, capítulo 19 versos 11 a 14.
Aproveite este momento, e leia atenciosamente os textos de Lucas. 19:35-38 e de Apoc. 19:11:16 comparando estes dois textos.
Em Lucas vamos encontrar Jesus sentado em um jumentinho seguindo em direção à cidade de Jerusalém sendo seguido pelos seus discípulos que o aclamavam como Rei. No Apocalipse, vamos encontrar Jesus sentado em um cavalo branco descendo do céu sendo seguido pela sua igreja também em cavalos brancos reconhecendo-O com Rei.

Como podemos ver, Deus cumpre o seu plano, toda Palavra de Deus se cumpre integralmente.

Na seqüência do estudo, veremos mais tarde que naquele dia da volta de Jesus, a terra já estará restaurada, todos os homens infiéis a Deus serão mortos, e nesse momento Jesus sentará no trono e reinará sobre os que permaneceram fiéis e sem pecado. Esta será a época que chamamos de Milênio ou o reino milenar de Cristo juntamente com a sua igreja.

Desta maneira estamos vendo a profecia de Daniel relativa às setenta semanas se cumprir na sua íntegra. Estamos aguardando o reinicio da contagem para completar a última semana, quando Deus continuará tratando com os judeus. Quando isto acontecer, a igreja, os convidados da rua, estarão na grande ceia com Jesus.

Neste momento cabe uma pergunta: onde você estará? Você será um dos convidados que rejeitou o convite ou você estará sentado na mesa da ceia com Jesus?

No próximo capítulo estaremos estudando a primeira visão que João teve e registrou no primeiro capítulo do livro do Apocalipse.



Capítulo 5


A PRIMEIRA VISÃO

Neste capítulo vamos estudar o início do livro de Apocalipse, quando João teve a primeira visão após ter sido arrebatado em espírito (Ap. 1:10).

Muitos imaginam que João teve toda visão apocalíptica de uma só vez, porém nós observamos que houveram várias visões independentes umas das outras. Logo neste início, está escrito que João foi arrebatado em espírito. Mais para frente está escrito que João recebeu um convite para subir ao céu e foi novamente arrebatado em espírito (Ap. 4:1-2). E houve também uma ocasião em que João se viu na terra e não no céu quando teve as visões (Ap. 13:1). Algumas versões dizem que o dragão pôs-se sobre a areia do mar, porém notamos que a primeira é a mais apropriada e mais freqüente nas diversas versões.

Os dez primeiros versículos são uma introdução, onde João se apresenta como mensageiro da parte de Jesus Cristo, o qual revelou esta profecia a ele.

Quando foi arrebatado, ouviu no céu uma voz como que de trombeta dizendo que o que ele iria ver agora deveria ser escrito e enviado às sete igrejas que estão na Ásia (Ap. 1:10-11).

Neste ponto vamos já esclarecer um símbolo muito freqüente neste livro e também em toda a Bíblia. Trata-se do numero sete. O sete é usado por Deus como símbolo de plenitude divina, ou seja, tudo que Deus faz, se completa dentro de um sete. Damos alguns exemplos: Deus criou os céus e a terra em sete dias, sendo seis com trabalho e um de descanso (Gen. 2:2-3). Deus determinou o ano sabático, ou seja, durante seis anos a terra poderia ser plantada, porém, no sétimo a terra deveria descansar (Lev. 25:3-4). Deus também determinou o ano do jubileu, ou seja, após cada sete períodos de sete anos (49 anos), o ano seguinte seria o do jubileu quando haveria a libertação dos servos, redenção da terra e descanso das colheitas (Lev. 25:10-15). Tudo que Deus faz, se encerra dentro de um "sete" considerando tudo completo sem nada mais para acrescentar ou completar.

Assim, estas sete igrejas estão representando todas as igrejas no mundo todo e em todas as épocas. Aquelas sete igrejas mencionadas existiam realmente na Ásia, cada uma com sua característica e representavam as outras igrejas que também existiam no mundo.
Estas sete igrejas também representam na mesma ordem, cada tipo de igreja que existiu através dos séculos desde os dias dos apóstolos até os dias de hoje. Da mesma forma, estas igrejas também representam cada pessoa de cada igreja desde Jesus até hoje.
Isto é plenitude. Na seqüência vamos encontrar os sete selos, as sete trombetas, as sete taças, e tudo com o mesmo significado simbólico de plenitude de Deus.

Apenas para exemplificar e dar melhor entendimento, dizemos que um copo de água está em sua plenitude quando está totalmente cheio de água, não cabendo nem uma gota a mais. Outro exemplo: a plenitude de uma semana é com sete dias, e não com cinco ou com oito dias, ou seja, a semana é plena, ou completa, com sete dias.

Quando João se virou para ver quem estava falando com ele, viu sete castiçais de ouro e um homem que estava no meio dos castiçais (Ap. 1:12-13).

A descrição deste homem identifica como sendo Jesus Cristo conforme os detalhes mencionados nos versículos 14 a 18. A espada que saia de sua boca simboliza a Palavra de Deus. A espada é uma arma de ataque e a Palavra de Deus é a arma que deve ser usada contra todos os ataques das trevas. Lembrar que Jesus venceu o diabo lá no deserto apenas citando a Palavra de Deus (Mat. 4:1-11).

O significado dos castiçais e das estrelas é encontrado a seguir no versículo 20. Os sete castiçais de ouro estão simbolizando as sete igrejas, que por sua vez engloba todas as igrejas do mundo em todos os tempos. Lembre-se que se você já aceitou a Jesus como seu Senhor e Salvador, você é parte da igreja, portanto você também está sendo representado por um desses castiçais.

As sete estrelas são identificadas como o anjo de cada igreja. Não se trata aqui de anjo protetor como aqueles seres angelicais que estão a serviço de Deus. O anjo neste caso também é um símbolo e é definido pela Palavra de Deus como sendo um mensageiro (Hebreus. 1:14), a estrela é usada para orientar e para guiar (Gen. 1:16; Mat. 2:2), portanto estas estrelas que são os anjos das igrejas, representam os pastores, os bispos ou quem exerce a direção das igrejas.

Quanto aos castiçais que representam as igrejas e cada indivíduo participante da igreja, é importante que se saiba com quais qualidades eles foram definidos na lei de Deus dada a Moisés.

O castiçal tinha que ser de ouro (Êxodo. 25:31) que simboliza a pureza e a santidade, assim, cada igreja e cada um de nós devemos ser puro e santo. Tinha que ser de ouro batido de uma só peca, não podia ter emendas assim como nós temos que ser lapidados e não podemos ter remendos. Sendo de uma só peça nos lembra que todos nós, integrantes da igreja de Cristo, devemos ser uma unidade no corpo de Cristo. Não pode haver divisões nem brigas ou rancores entre os participantes de uma igreja (Exo. 25:36). Estes castiçais também deveriam ter sete lâmpadas e não se trata de lâmpadas elétricas, mas de azeite que simboliza o Espírito Santo de Deus (Exo. 25:37). O azeite usado nesses castiçais também tinha que ser puro, e não podia faltar, pois as lâmpadas deveriam ser mantidas acesas continuamente (Exo. 27:20). O azeite é também um símbolo do Espírito Santo, e assim como o azeite não podia faltar nas lâmpadas, também o Espírito Santo não pode faltar na nossa vida.

Conhecemos a parábola das dez virgens onde as cinco imprudentes deixaram faltar o azeite em suas lâmpadas e não puderam entrar para as bodas (Mat. 25:1-13).

É muito importante este símbolo do castiçal aplicado a cada um de nós como parte da igreja de Cristo.
Deus não usa estes símbolos apenas por acaso. Assim como o castiçal era perfeito e puro, Deus quer que nós também sejamos perfeitos e puros. Deus disse ao seu povo: " Sede santos porque eu sou Santo" (Lev. 11:44). Ninguém pode dizer que é impossível ser santo, porque se Deus determinou que fossemos santos, é porque podemos ser santos. Deus não daria uma ordem impossível de ser cumprida ao homem.
Queremos esclarecer que não estamos falando aqui do tipo de santo ensinado por outra religiões como "Santo Antônio, santo Agostinho etc...." . estes "santos" são definidos pelo próprio homem depois da morte deles. Estamos falando de homens que literalmente são fiéis e tementes a Deus e cumprem a Palavra de Deus obedecendo aos seus ensinos, portanto aprovados por Deus ainda em vida e não depois de morto.

Você que está lendo estas linhas, também pode ser santo desde que obedeça a Palavra de Deus.

Voltando à visão dos sete castiçais, vimos que Jesus estava no meio deles, significando que Jesus anda no meio das igrejas, confirmando o que Jesus já havia dito que onde estariam dois ou três reunidos em nome Dele, Ele também estaria ali com eles. E vimos também que as estrelas estavam à sua destra, significando que Jesus tem todos os lideres de cada igreja em suas mãos. A igreja é liderada pelo seu dirigente, e este por sua vez é liderado por Jesus.

Nos versículos 13 a 16 deste primeiro capítulo, João descreve a visão que ele teve de Jesus Cristo no céu. Não nos esqueçamos que as visões são sempre simbólicas. Estava vestido de branco até os pés com um cinto de ouro. Os cabelos eram brancos como a neve. O branco simboliza a pureza. Seus olhos eram como chama de fogo, significando que seus olhos tudo vê, em tudo penetra, não há segredo para Jesus. Os pés como latão reluzente, um metal polido e durável e sua voz como de muitas águas, isto é, muito forte e possante. Apenas para fazer um comentário a respeito da voz de Jesus, sabemos que sua voz era realmente muito forte. Se lermos o texto em Mateus 15:29-39, vamos ver que Jesus falava ao povo à beira do mar e a uma multidão muito grande. Quem conhece o mar e a praia, sabe que é muito difícil falar com alguém ao longe na praia, pois o som se dispersa e é necessário gritar muito para se fazer ouvir. Continuando na visão de João, Jesus também se apresentava com uma espada na boca, que evidentemente simbolizava a sua palavra. E o seu rosto brilhava como o sol, representando a glória de Deus que estava nele.

Jesus também se identificou como sendo o primeiro e o último (Ap. 1:17) significando que ele é o único, é Deus, estava em Deus e será eternamente Deus.

Disse também que foi morto (foi morto na cruz), porém está vivo, portanto ele venceu a morte e a morte não tem poder sobre ele (Apoc. 1:18).

No mesmo versículo ele diz que tem as chaves da morte e do inferno. Como ele venceu a morte, e o seu sacrifício foi realizado para pagar os pecados dos homens para que os homens não fossem para o inferno, fica então evidente que Jesus tem todo o controle sobre a morte e sobre o inferno. Não significa que ele manda os homens para o inferno, mas que pode livrar os homens do inferno pela fé que os homens tem nele.

Esta foi a primeira visão de João no apocalipse. No próximo capítulo vamos estudar sobre as sete igrejas às quais João enviou as cartas.



Capítulo 6


AS SETE IGREJAS DA ÁSIA

Apenas para ficar bem claro, vamos repetir o que dissemos na lição anterior. Estas igrejas realmente existiram na época em que João escreveu o livro. Cada igreja tinha uma característica que representava todas as demais igrejas daquela época em todo o mundo. Estas igrejas também representam todas as igrejas que existiram e existem desde o tempo dos apóstolos até os dias de hoje. Todas as igrejas no mundo têm características que se enquadram em uma ou mais dessas igrejas. Estas igrejas também representam cada homem ou mulher que pertence a uma igreja, pois também somos parte da igreja que é o corpo de Cristo. Portanto, tudo que for falado dessas igrejas devem se aplicar às igrejas de hoje e também a cada um de nós individualmente. Ao estudar esta lição, pense bem na sua igreja e veja onde ela se enquadra, pense também em você mesmo e julgue que tipo de igreja é você.

Primeira carta à igreja de Éfeso (Apoc. 2:1-7)
Esta igreja se caracteriza pelo fato de ter perdido o seu primeiro amor. É a igreja que representa a primeira igreja cristã, e que conheceu mais de perto o evangelho de Jesus Cristo transmitido pelos apóstolos. Tinha qualidades, pois trabalhava bastante (v.2,3), zelava pela integridade da igreja (v.6), e não aceitava as doutrinas dos Nicolaitas, uma seita ligada ao gnoticismo. Porém recebeu uma repreensão de Jesus por ter perdido o primeiro amor (v. 4) ou seja, enfraqueceu na fé cristã. Agora Jesus faz uma advertência, ela deve ver onde caiu, se arrepender e voltar a praticar as mesma obras (v. 5), caso contrário a igreja será retirada do meio do castiçal e perderá as bênçãos prometidas por Deus (v.5). A promessa ao vencedor é que terá direito à árvore da vida no reino de Deus (v. 7). Você, como parte da igreja de Cristo, permanece no primeiro amor? Ou já enfraqueceu na fé?

Segunda carta à igreja de Esmirna (Apoc. 2:8-10)
Esta é uma das duas únicas igrejas que não receberam repreensão de Jesus, a outra foi a igreja de Filadélfia. Uma das principais causas da integridade dessa igreja foi o a acirrada perseguição que ela sofreu aproximadamente no período dos anos 100 a 316 d.C. Isso comprova o fato de que muitos precisam ser afligidos para permanecerem fiéis à Palavra de Deus (leia Salmo 119:67-72). Era uma igreja rica, mas tornou-se empobrecida por causa da perseguição (v. 9). Jesus consola a igreja por causa da perseguição que iria sofrer por pouco tempo, mas a recompensa será a coroa da vida e a vida eterna (v.10-11). Você permanece fiel a Jesus apesar das aflições que passa neste mundo?

Terceira carta à igreja de Pérgamo (Apoc. 2:12-17)
Esta igreja começa a misturar-se com o mundo, com a idolatria e com o paganismo e começa a cair. O paganismo começa a crescer no mundo e a igreja vive no meio desse ambiente e muitos procuram se manter fiéis (v. 13). Porém muitos outros no meio da igreja começaram a se contaminar com a idolatria introduzindo a abominação para dentro da igreja (v. 14). Outros seguiam as doutrinas dos Nicolaitas, uma seita ligada ao gnoticismo, em contraste com a igreja de Éfeso que aborrecia as doutrinas dos Nicolaitas (v. 15). Jesus adverte para que esses se arrependam, caso contrário, serão derrotados pela própria Palavra de Jesus (v. 16)..

Quarta carta à igreja de Tiatira (Apoc. 2:18-29)
Como a igreja de Pérgamo não se arrependeu e não se corrigiu, o pecado começou a entrar na igreja representada por Tiatira, agora mais decadente do que antes. A idolatria se misturou com a igreja. Esta igreja tinha muitas obras, mais do que antes, porém estava em pecado (v.19), é como igrejas de hoje que dão mais ênfase às boas obras do que a santificação e a fidelidade a Cristo. Normalmente quando se dá mais valor às obras, acaba por se enfraquecer espiritualmente. A igreja de Tiatira tolerava a Jezabel, a mulher que simboliza o paganismo satânico, a feitiçaria e a idolatria imunda (v. 20). Jesus tem dado oportunidade a essa igreja para se arrepender, mas como isso não acontece, a igreja será lançada em grande tribulação (v. 22-23), tribulação esta que estudaremos nas próximas lições após o arrebatamento da igreja. Porém aqueles que permanecerem fiéis até o fim irão reinar com Jesus (v.24-28).

Quinta carta à igreja de Sardo (Apoc. 3:1-6)
O pecado que se infiltrou na igreja Tiatira agora chegou ao auge na igreja de Sardo, ou Sardes, uma das piores igrejas. Foi nesse período que surgiram os grandes reformadores, Lutero, Calvino, Zwinglio e outros, que impulsionados pelo Espírito Santo, introduziram o avivamento nas igrejas no século XVI. Nessa igreja Jesus começa com uma repreensão, dizendo para confirmar os que estavam para morrer. Nesse caso não se tratava de morte física, mas de morte espiritual, a igreja estava tão decadente que todos estavam morrendo espiritualmente falando, e a tendência era o desaparecimento da igreja. Por isso é que o Espírito Santo interferiu movendo um grande avivamento no meio da igreja (v. 2). Jesus continua advertindo para que se arrependa, caso contrário seriam pegos de surpresa na hora final (v. 3). Apesar disso, haviam alguns que se mantinham dignos e fiéis a Jesus, e estes sem dúvida contribuíram para o avivamento que se seguiu logo após (v. 4). Ao vencedor foi dada a promessa de que estará com Jesus vestido com vestes brancas e principalmente, teriam a garantia de que seus nomes jamais seriam riscados, do livro da vida (v.5). E você, não estaria porventura necessitando de um avivamento em sua vida?

Sexta carta à igreja de Filadélfia Apoc. 3:7-13)
Esta é outra igreja que não recebeu repreensão de Jesus, a outra foi a igreja de Esmirna. Diante do avivamento e da obra do Espírito Santo, esta igreja, uma das melhores, representa a igreja ideal, perfeitamente fiel a Cristo e não tinha defeitos. Recebeu um elogio de Jesus porque honrou a oportunidade dada quando Deus colocou diante dela a porta aberta que era o grande avivamento dado pelo Espírito Santo e não negou o nome de Jesus diante do mundo (v. 8). Esta igreja fiel terá oportunidade de ver os iníquos adorarem a Deus diante de si (v. 9). A maior promessa para essa igreja é que ela estaria livre da grande tribulação que irá assolar o mundo após a vinda de Jesus (v. 10). Aos vencedores também foi dada a promessa de estarem presentes na Nova Jerusalém e seus nomes escritos no templo de Deus na eternidade (v. 12).Você já parou para pensar se você está incluído nessa igreja? Você tem certeza de que não irá passar pela grande tribulação? O Espírito Santo de Deus está vivo e ativo em sua vida?

Sétima carta à igreja de Laodicéia Apoc. 3:14-22)
A sétima e última igreja aqui representada, é a igreja de Laodicéia, cuja característica principal é o fato de ser uma igreja morna (v. 16). Após o grande avivamento, a igreja começou a cair novamente. Esta igreja representa um tipo de igreja elitizada, que se julga ideal, com muito dinheiro, muitas obras materiais, sem aquela humildade esperada por Deus, cheias de doutrinas convencionais, ordem de culto e tudo mais, porém sem o enchimento do Espírito Santo como ensina a Palavra de Deus. Esta igreja cheia de orgulho que bate no peito dizendo ser a verdadeira igreja, é considerada por Jesus como uma miserável e é a única igreja que não recebeu nenhum elogio (v. 17). Jesus aconselha que se arrependa, que abra os olhos, que se encha do Espírito Santo e acumule os tesouros do céu (v. 18). O castigo para os desobedientes é que serão expulsos da presença de Jesus (v. 16), e a promessa aos vencedores é que participarão da grande ceia do Cordeiro e reinarão com Jesus (v. 20-21). E você, não estaria porventura morno diante de Deus?


Conclusões

Observe os seguintes detalhes nestas cartas:

Todas as cartas foram dirigidas ao anjo da igreja, ou seja, ao pastor ou dirigente e responsável oficial porque dele é a responsabilidade de conduzir o rebanho dentro da vontade de Deus, mas isso não tira a responsabilidade individual de cada crente que deve estar constantemente sob a unção do Espírito Santo de Deus.

Em todas elas Jesus se apresenta com uma característica própria que o identifica com toda autoridade e poder.

Em todas as cartas Jesus disse: "Eu sei as tuas obras", evidenciando que Jesus conhece cada uma das igrejas e cada crente individualmente, nada fica oculto aos olhos de Jesus. Como vimos na lição anterior, Jesus anda no meio dos castiçais que representam as igrejas, e tem em suas mãos os anjos das igrejas, os seus pastores e líderes. Ai daquele que se rebelar ou que desobedecer a Palavra de Deus.

Todas receberam uma palavra de elogio e revelação com exceção da igreja de Laodicéia.

As únicas que não apresentavam falhas foram as igrejas de Esmirna e Filadélfia, e como conseqüência também não tiveram exortação para o arrependimento e nem punição.

Nenhuma deixou de receber uma advertência e uma recomendação, necessárias para que houvesse perseverança e cuidado para não cair.

Igualmente todas receberam a promessa de um prêmio para os que se saíssem vitoriosos. Nesses prêmios nós vemos refletidas as condições de vida que nos espera no fim dos tempos quando estivermos eternamente no reino de Deus.

O fator mais importante para hoje nessas lições das sete igrejas, como já dissemos, é que elas representam cada igreja existente na face do mundo e representa principalmente, cada um de nós membro do corpo de Cristo.

Não encare essas lições como uma mera história da igreja cristã, faça dessas lições uma aplicação pessoal em sua vida. Em todas as cartas está escrito: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas". Não despreze a voz do Espírito Santo em sua vida, tenha certeza de que uma das sete cartas está diretamente dirigida a você, se você não sente isso, ore pedindo orientação ao Espírito Santo e veja qual a recomendação que cabe a você..



Capítulo 7


O FIM DA ERA DA IGREJA - I
SINAIS DOS TEMPOS

Em breve a era da igreja irá chegar ao fim. Jesus está voltando para levar consigo uma igreja santa, pura e irrepreensível (Efes. 5:27), com isso, se fecha o parêntesis aberto no tratamento com os judeus quando eles rejeitaram a Jesus como seu rei. É o tempo dos gentios chegando ao fim.

Como podemos saber que esse tempo está chegando ao fim? Há um ditado no mundo que diz: "A mil anos chegarás, mas de dois mil não passarás" e dizem isso como sendo um versículo da bíblia. Na verdade não existe nenhum versículo da bíblia que diz isso. Muitos falsos profetas já têm até marcado a data do fim do mundo, e esperando esse dia ficaram frustrados, pois nada aconteceu. Muitos já se suicidaram com pavor desse dia. Ainda hoje existe uma igreja muito conhecida entre nós que tem determinado o dia, mês e ano da volta de Jesus.

Quanto a isso, podemos nos manter absolutamente seguros de que é totalmente impossível determinar o dia da volta de Jesus e o tempo do fim, pois a bíblia é bem clara dizendo que o dia e a hora ninguém sabe, nem os anjos, nem Jesus como homem, mas somente Deus, o Pai criador de todas as coisas (veja os seguintes textos: Marc. 13:32; Mat. 24:36).

Jesus também nos ensina que virá de surpresa, num momento em que ninguém espera (leia Luc. 12:46; Mat. 24:50). A vinda de Jesus e o final dos tempos será como nos dias de Noé. Naquele tempo ainda não havia chovido sobre a terra, e os homens Não sabiam o que era chuva e muito menos o que seria uma enchente ou um dilúvio. Noé durante muitos anos, sob a orientação de Deus, anunciava o arrependimento entre os homens dizendo que se não se arrependessem Deus haveria de mandar um grande dilúvio que mataria a todos. Enquanto pregava a mensagem do arrependimento, construía a arca a pedido de Deus. Os homens, ao invés de ouvir e acatar a mensagem, zombavam dele, e no dia em que ninguém esperava aconteceu o dilúvio e pegou todos de surpresa, salvando-se somente Noé e sua família. Assim como todos estavam avisados e não deram crédito, hoje está acontecendo a mesma coisa. O evangelho está sendo pregado, fala-se da volta de Jesus, do arrebatamento da igreja e da tribulação que irá assolar o mundo, porém muitos não estão dando crédito, pois um acontecimento desse, Jesus voltando e a igreja sendo arrebatada, é um fato tão sobrenatural para os homens dos dias de hoje como o dilúvio nos dias de Noé, e todos serão pegos de surpresa (leia Mat. 24:38).

Portanto, qualquer tentativa dos homens de determinar o dia da volta de Jesus deve ser rejeitada porque Deus não permitirá que alguém saiba quando isso irá acontecer, porém Jesus nos ensinou a reconhecer quando o tempo estaria próximo, sem porém, determinar exatamente o dia, e isso nós vamos estudar logo em seguida.

O fato que irá caracterizar a volta de Jesus será o arrebatamento da igreja, e sobre isso vamos estudar muito nos próximos capítulos. Como já dissemos, isto acontecerá de surpresa como nos exemplos citados por Jesus: Dois estariam no campo, um seria levado e outro deixado (Mat. 24:40); dois estariam na cama, um seria levado e outro deixado (Luc. 17:34); dois estariam no moinho, um seria levado e outro deixado (Mat. 24:41). Observe a surpresa nos exemplos, pois se soubessem com exatidão o dia e hora, não estariam, com certeza, tranqüilos na vida cotidiana.

Jesus citou outros exemplos para caracterizar a surpresa e a rapidez como irá acontecer. Temos que ter em mente que o fato de ser rápido e de surpresa, não dará tempo a ninguém para se arrepender naquele instante, por isso o tempo de arrependimento é AGORA. Será rápido como o relâmpago (Mat. 24:27); será num abrir e fechar de olhos (1 Cor. 15:52)

Dissemos que não podemos saber o dia e a hora, porém Jesus nos deixou algumas "pistas" para que pudéssemos reconhecer a proximidade do tempo. Vamos analisar algumas.

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA (leia Mat. 24:32-35)
A figueira aqui está representado o povo judeu, que estava disperso pelo mundo por causa da perseguição. O florescimento da figueira representa a volta dos judeus à sua terra Israel e seu restabelecimento como povo. Os judeus voltaram para Israel em 1948, porém tomaram a cidade de Jerusalém e lá se estabeleceram como a capital de Israel em 1967. Onde hoje é Israel, antes era a Palestina tendo Telaviv como capital. A geração mencionada no v.34, refere-se a geração que estaria presenciando a volta dos judeus para sua terra e se restabelecendo na cidade de Jerusalém. Considerando que uma geração é calculada com um período aproximado de 40 anos, poderíamos esperar que tudo aconteça próximo ao ano 2000. Note que dissemos PRÓXIMO ao ano 2000 e não NO ano 2000.

A PROFECIA DE OSEIAS - leia Oseias 6:2
Considerando o que a Palavra nos diz que um dia para Deus é como mil anos, este texto nos revela que após 2 dias, ou 2000 anos, nos daria a vida, referindo-se ao período de 2000 anos da era da igreja, quando Jesus nos daria a vida eterna, e no final desses 2000 anos, ou seja, no terceiro dia, nos ressuscitará para vivermos com ele no terceiro milênio. Repetimos, isto apenas nos mostra que o tempo está próximo.

AUMENTO DA CIÊNCIA E DO SABER - leia Daniel 12:4
Já fazem 6000 anos que o homem existe sobre a face da terra, no entanto, o avião somente foi inventado e criado neste último século, e até conseguiu ir até a Lua e veja que durante 5900 anos de existência nenhum homem teve a capacidade de inventar o avião. A mesma coisa acontece com a eletricidade, automóvel, televisão, computador e a alta tecnologia na medicina, e em muitas coisas mais. Parece que já não há mais limite para a criatividade do homem em todas as áreas. Todo este crescimento tecnológico aconteceu nestes últimos cem anos.

ABALOS (leia Luc. 21:25)
Veremos no estudo da tribulação a grande incidência de abalos sísmicos que irá acontecer no mundo, e já temos a seguinte estatística nos dias de hoje sobre a crescente incidência de terremotos no mundo: Século XV - 115; Século XVI - 253; Século XVII - 378; Século XVII - 640; Século XIX - 2119.

O DESCANSO NO SÉTIMO DIA
Esta seria talvez a maior evidencia. Já estudamos que o sete representa a plenitude de Deus. Deus encerra uma obra dentro de um sete. Sempre encontramos na Bíblia, Deus determinando períodos de 6 dias de trabalho e um de descanso: Vejamos alguns exemplos:
1 - Deus fez o universo em seis dias e descansou no sétimo (Gen. 2:2)
2 - O decálogo determina que devemos trabalhar 6 dias e descansar no sétimo (Ex. 20:8)
3 - Ano sabático - a terra deveria ser plantada durante 6 anos e descansar no sétimo (lev.25:3-4)
4 - Ano do Jubileu, a cada sete períodos de sete anos haveria a redenção - (Lev. 25:8-10)

Fazendo uma análise dos dados cronológicos mencionados na bíblia, vamos verificar que podermos dividir toda historia da humanidade em quatro grandes períodos:
Desde Adão até Abraão temos 2000 anos Não havia um povo escolhido por Deus na terra.
Desde Abraão até Jesus temos 2000 anos Aliança de Deus com Abraão - povo judeu - A lei.
Desde Jesus até hoje já temos 2000 anos Aliança de Jesus com a sua Igreja. A graça
segue-se o milênio 1000 anos Neste período Jesus assume o reino (descanso)
total 7000 anos Após este período segue-se a eternidade.

Para que a plenitude de Deus se encerre dentro do sete, o período da igreja deve durar dois mil anos na contagem de Deus, e já estamos na reta final desses dois mil anos desde que Jesus instituiu sua igreja.



OUTRAS EVIDÊNCIAS
APOSTASIA (1TIM. 4:1 E 2PE.3:17); ANTICRISTO (1JO. 2:18-19); LUTA ENTRE O CAPITAL E O TRABALHO (TIA. 5:4); MARCAS DOS DIAS DE NOÉ - Casavam-se e davam-se em casamentos, divórcios são rotina no mundo, destruição de lares, casamentos entre homossexuais; JUVENTUDE SEM LEI (2TIM. 3:1-2); MOVIMENTO NOVA ERA - Não temos espaço para falar tudo sobre Nova Era, mas é um movimento que tem dois objetivos: 1) Opor-se aos princípios cristãos negando a eficácia de Jesus Cristo e 2) preparar o mundo para a vinda do anticristo que irá reinar sob o comando de Satanás.


Até mesmo estes constantes e crescentes noticiários e comentários sobre Discos Voadores, OVNIS, UFOS, e ET's, fazem parte do cenário que se está montando para a volta de Jesus e o aparecimento do anticristo. Quando Jesus voltar e levar sua igreja, o desaparecimento de tantas pessoas da face da terra será explicado como sendo um rapto por seres de outros planetas, desviando assim o fato verdadeiro que é o arrebatamento de igreja de Cristo para o reino de Deus.

ATENÇÃO: Queremos aqui deixar bem claro o seguinte. Não estamos absolutamente afirmando que Jesus irá voltar exatamente após termos entrado no ano 2000. Não é o nosso calendário que conta, mas o calendário de Deus. Contudo, todas essas evidencias, e outras mais, nos levam a crer que Jesus irá voltar com toda certeza nas proximidades do ano de 2000. Se ainda temos pela frente mais 5 anos, ou 10 anos, ou 30, não importa, o importante é que está próximo, será de surpresa e temos que estar preparados para esse dia.

Muitos podem chegar a dizer: "Há anos que se fala nisso e nada acontece, ainda há tempo, talvez nem aconteça. Há dois mil anos atrás Jesus e os discípulos falavam que Jesus voltaria logo e nada aconteceu até agora". A respeito disso, leia o capítulo 3 de 2Pedro e veja o que a Palavra de Deus diz.
Jesus vai voltar e a era da igreja vai terminar, num dia e numa hora que ninguém espera.



Capítulo 8




O FIM DA ERA DA IGREJA - II
RESSURREIÇÃO

No capítulo anterior vimos que a volta de Jesus será breve, de surpresa e acontecerá rapidamente.
O primeiro fato que irá acontecer nesse dia será a ressurreição dos mortos e logo em seguida a transformação dos corpos dos que estiverem vivos. E todos, os que ressuscitaram mais os que se transformaram, serão arrebatados para o céu onde Jesus estará esperando. Contudo, isso somente acontecerá com aqueles que estiverem em Cristo, aqueles que fizerem parte da igreja, o corpo de Cristo, e que, além disso, estiverem com sua vida irrepreensível diante de Deus. Quanto aos que estarão incluídos nessa ressurreição e no arrebatamento, será estudado em detalhes no capítulo sobre o arrebatamento da igreja (leia os seguintes textos: 1Tes. 4:13-17 e 1 Cor. 15-52).

Precisamos entender que tipos de ressurreição estão mencionando. Não se trata de um simples caso de ressuscitamento quando uma pessoa morta volta a viver e posteriormente morre novamente. Temos vários casos desse tipo mencionados na Bíblia, e são todos casos de milagres operados por Jesus ou por um profeta. Vejamos alguns casos:
Lázaro (João 11:44); Dorcas (Atos 9:40); Filho da viúva de Naim (Luc. 7:15); Filha de Jairo (Mat. 9:25); Um morto em contato com os ossos de Eliseu (2Reis. 13:21); Filho da sunamita (2Reis. 4:35); Filho da viúva de Sarepta (1Reis. 17:22); e há também o caso daqueles que saíram dos sepulcros no momento em que Jesus morreu na cruz (Mat. 27:52). Em todos estes casos, os que ressuscitaram morreram novamente. Mesmo nos dias de hoje isto ainda acontece, seja por milagre ou por interferência médica. Muitos chegam a morrer nos hospitais, no momento de uma cirurgia, por exemplo, e os médicos conseguem fazer com que a pessoa volte à vida. Não é sobre isso que vamos estudar.

A ressurreição de que estamos falando é diferente. O que está morto, independente do tempo, isto é, não importa se morreu há um minuto ou há dois mil anos atrás, volta à vida com um novo corpo diferente desse que nós temos. O novo corpo do ressuscitado não é material, não está sujeito a doenças, nem dores e é imortal (não morre). Atenção, não confundir a ressurreição com reencarnação, pois a reencarnação não existe de acordo com a Palavra de Deus.

Ninguém até hoje passou por essa ressurreição, exceto Jesus. Jesus foi o primeiro e o único até o momento. Sabemos que Jesus após a ressurreição apareceu a muitos (Marc. 16:9-14), e para ele não havia barreiras como paredes ou portas, pois seu corpo é espiritual, Jesus ressuscitou com um novo corpo glorificado. Depois de quarenta dias Jesus subiu ao céu e foi visto por muitos (Atos 1:1-11).

Foi justamente pelo fato de Jesus ter ressuscitado é que nós também ressuscitaremos como ele. Foi naquele instante que Jesus venceu a morte, e por isso nós também teremos a vida eterna com ele.

Jesus foi o primeiro. Os próximos a ressuscitarem como Jesus serão aqueles que fizerem parte da igreja de Cristo e que já tiverem morrido até o momento de sua volta e o mais importante, irão ressuscitar nesse dia somente aqueles que fizerem parte do corpo de Cristo, considerado como a sua noiva, pura e irrepreensível. Os demais irão ressuscitar no dia do juízo final para serem julgados. Este fato como estamos citando, pode estar chocando alguns que estiverem lendo estas linhas e que pensa diferente, porém aguarde e acompanhe atentamente a seqüência das lições para entender o que estamos dizendo.

Depois, haverá um novo grupo que irá ressuscitar completando a igreja de Cristo. Serão aqueles que passarem pela tribulação e que tiverem vencido a besta, não adorando e nem recebendo o seu sinal na mão ou na testa (Apoc. 20:4). Estes, juntamente com a igreja, estarão reinando junto com Jesus durante o milênio. A vantagem do primeiro grupo é que estarão junto com Jesus nas bodas do Cordeiro no momento em que na terra estará acontecendo a tribulação. O segundo grupo, eram pessoas que estavam vivas no dia da volta de Jesus e que não foram consideradas dignas de serem arrebatadas e por isso passaram pela tribulação e foram salvas mantendo-se fiéis a Cristo à custa de grande martírio seguido de morte. Estes dois grupos fazem parte da primeira ressurreição (Apoc. 20:5-6; veja também 1Cor. 3:14-15).

Durante a tribulação, há o registro da ressurreição isolada de dois homens, são as duas testemunhas que anunciaram a mensagem da salvação naquele período e que foram mortos pelo anticristo (Ap. 11:7-11).

Todos os demais irão ressuscitar no dia do juízo, seria esta a segunda ressurreição (Apoc. 20:5-6,12-13). Aqui estarão incluídos todos os salvos e perdidos desde os dias de Adão até o último dia do milênio e que antecede o juízo final, com exceção naturalmente, daqueles que já fizeram parte da primeira ressurreição e que fizeram parte da igreja como a noiva de Cristo, santa, pura e irrepreensível (2Cor. 11:2 - Efes. 5:27). Nem todos que fizerem parte da igreja irão participar da primeira ressurreição, veremos isto no capítulo do arrebatamento.

Jesus nos ensinou que os salvos que viveram no tempo do Velho Testamento irão ressuscitar no dia do juízo juntamente com os perdidos (Mat. 12:41-42). A rainha do meio dia, (rainha de Sabá), porque ouviu os conselhos de Salomão, foi salva, e Jesus disse que ela iria ressuscitar no dia do juízo e iria condenar os escribas e fariseus, os quais também irão ressuscitar naquele dia para passarem pelo juízo final. A mesma coisa Jesus fala sobre os ninivitas que se arrependeram com a pregação de Jonas. Com isso nós vemos que todos os salvos do período do Velho Testamento, e que naturalmente não fazem parte da igreja de Cristo, e não são considerados como a noiva de Cristo, irão ressuscitar naquele dia do juízo, na segunda ressurreição.

Todos passarão pela ressurreição, seja para a vida eterna ou para a perdição. Veja os seguintes textos: Dan. 12:2; João. 5:28-29; Atos. 24:15; 1Cor. 15:52.

A TRANSFORMAÇÃO DOS CORPOS

Todos aqueles que ressuscitarem para a vida eterna receberão um corpo glorificado igual ao de Jesus (1João. 3:2), e os que estiverem vivos no dia do arrebatamento da igreja, se forem dignos, terão seus corpos transformados num abrir e fechar de olhos, ficando também como Jesus e como os que ressuscitaram (1Tess. 4:17). Nesse novo corpo seremos iguais aos anjos, foi o que Jesus ensinou (Mat. 22:28-32).

Podemos dizer que essa transformação, daqueles que estiverem vivos, seria como que uma morte seguida de uma ressurreição imediata, de forma que nem sequer poderíamos sentir, pois será muito rápida.

O apóstolo Paulo ensinou que existem tipos diferentes de corpos, tanto terrestres como celestes. Muitas vezes para nós é difícil conceber um tipo de corpo diferente desse que nós temos e conhecemos, de carne e sangue, mas o apóstolo Paulo foi sábio ensinando que mesmo entre os corpos terrestres existem diferenças de composição, como por exemplo a carne de um animal mamífero que é diferente da carne de um peixe, e até mesmo de uma ave (1Cor. 15:35-49.

Porque a necessidade dessa transformação antes de ir para a eternidade? A Palavra de Deus nos ensina que no céu não entra corrupção. O corpo que temos hoje é corruptível, tem natureza pecaminosa, está sujeito ao pecado, às doenças, ao envelhecimento, à morte, e nada disso pode entrar no reino de Deus. Por essa razão é que precisa acontecer a transformação de um corpo corruptível em um incorruptível (1Cor. 15:50-54).

Não encontramos na bíblia nenhum texto que fale sobre a situação dos corpos daqueles que ressuscitarem para a perdição. Evidentemente estes não poderão ter o mesmo corpo glorificado como os corpos dos salvos. Todavia, o profeta Isaias menciona algo sobre os corpos dos homens que prevaricaram contra Deus, que pode ser exatamente a situação daqueles que estarão eternamente no inferno. Ver Isaias 66:24. Compare este texto de Isaias com as palavras de Jesus registradas em Marcos 9:43-48.

Resumindo, e para entendermos melhor, será essa a seqüência cronológica dos acontecimentos conforme escrito na Palavra de Deus a partir do momento em que Jesus aparecer nas nuvens para vir buscar a sua igreja:

1) Ressurreição dos mortos em Cristo - pertencentes à igreja irrepreensível.
2) Transformação dos corpos dos que estiverem vivos pertencentes à igreja irrepreensível
3) Arrebatamento dos dois grupos acima mencionados.
4) Morte dos santos durante a tribulação que se seguirá após o arrebatamento.
5) Fim da tribulação e ressurreição dos santos mortos na tribulação.
6) Reinado de Jesus durante mil anos na terra junto com a igreja ressuscitada na primeira ressurreição.
7) Fim do milênio e segunda ressurreição incluindo todos os demais mortos em todos os tempos desde Adão até o fim do milênio, tanto salvos como perdidos e que não participaram da primeira ressurreição.
8) Juízo final e eternidade.

Já está bem claro o fato de que a primeira ressurreição e o arrebatamento da igreja é um parêntesis dentro da seqüência do plano de redenção dos homens, para premiar de uma forma justa e gloriosa todos aqueles que forem fiéis a Cristo e à sua Palavra. É a noiva que Jesus está preparando para as bodas, os demais não participarão das bodas embora possam estar salvos e terem seus nomes escritos no livro da vida (Luc. 14:15-24).



Capítulo 9


O FIM DA ERA DA IGREJA -III
ARREBATAMENTO DA IGREJA

No capítulo anterior dissemos que no dia em que Jesus voltar para levar sua igreja, os mortos ressuscitarão, os vivos serão transformados e juntos serão arrebatados nos ares para se encontrarem com Jesus. Dissemos também nem todos irão participar desse evento. Arrebatar significa arrancar, retirar de um lugar com violência. A igreja será arrancada da terra e levada ao céu com Jesus.

Antes de iniciarmos o assunto, devemos esclarecer duas coisas: 1) Não confundir nem misturar ressurreição, arrebatamento e salvação. Todos passarão pela ressurreição, salvos e perdidos, nem todos serão arrebatados, mas todos os arrebatados estarão salvos, e a salvação não depende nem da ressurreição e nem do arrebatamento, pois a salvação depende unicamente da aceitação de Jesus Cristo como salvador e do nome estar escrito no livro da vida. Todos os salvos irão ressuscitar mas nem todos os salvos serão arrebatados. Portanto, sempre que estivermos falando de arrebatamento, não estaremos nos referindo à salvação, pois alguém poderá estar salvo e não ser arrebatado. 2) Não devemos em hipótese alguma julgar quem quer que seja, se estará salvo ou não, se será arrebatado ou não. Tudo que for mencionado nesta lição deverá ser analisado e julgado em relação à nossa própria pessoa e não ao nosso semelhante.

Quem será arrebatada será a igreja, a noiva de Cristo, que deverá ser pura, santa e irrepreensível (2Cor. 11:2 e Efes. 5:27). Assim como uma noiva antes de entrar na igreja para o casamento se coloca diante de um espelho para se examinar e corrigir qualquer falha que possa haver em sua aparência, cada um de nós devemos também estar diante da Palavra de Deus como se ela fosse um espelho, e diante da Palavra, verificarmos se temos algo para ser corrigido em nossa vida. A nossa vida deve ser pura como a noiva que sobe ao altar.

Jesus nos ensinou a respeito do arrebatamento através da parábola das dez virgens. Leia agora o texto em Mateus 25:1-13. Note que Jesus incluiu esse ensino dentro do contexto sobre a sua volta e o fim dos tempos que se encontra nos capítulos 24 e 25 de Mateus, note também que no final da parábola (v.13) Jesus adverte para vigiarmos, pois não sabemos o dia e a hora em que ele virá, portanto ele está falando sobre a sua volta e o arrebatamento da igreja.

Sempre que encontrarmos na bíblia a figura de uma mulher como símbolo, ela está representando a igreja ou um tipo de comunidade religiosa. Assim, a mulher noiva de Cristo é a igreja de Cristo, por outro lado, encontramos também em Apoc. 17:3, uma mulher assentada sobre uma besta, essa mulher simboliza a comunidade religiosa pagã e idólatra que existe no mundo, a qual também é chamada de a grande prostituta (Apoc. 19:2).

As dez virgens representam a igreja de Cristo, a noiva que estava esperando o noivo para entrarem nas bodas. Todas as dez faziam parte da mesma igreja, o corpo de Cristo, porém havia uma divisão, cinco eram prudentes, tinham as suas lâmpadas sempre cheia de óleo que é o símbolo do Espírito Santo enquanto que as outras cinco eram chamadas de loucas e tinham as suas lâmpadas vazias ou com pouco óleo . (veja em Êxodo 27:20, que o castiçal deveria ser mantido aceso continuamente, não poderia faltar o óleo).

Quando o noivo chegou de surpresa, as cinco que não estavam preparadas não tiveram tempo suficiente para encherem suas lâmpadas de óleo, e acabaram ficando de fora. Muitos hoje estão "brincando de igrejinha", não estão dando crédito à Palavra de Deus, e não estão se mantendo vigilantes com suas lâmpadas cheias de óleo. Estes, como as cinco virgens loucas, ficarão de fora do arrebatamento da igreja e terão que passar pela tribulação que virá em seguida quando então passará pelo fogo. Nesse tempo a salvação será obtida à custa de sofrimento e morte (1Cor. 3:11-15; Mat. 7:21; Rom. 2:6-9; Apoc. 7:14).

Alguém já perguntou se as cinco loucas que ficaram para trás estavam salvas ou não. Não podemos responder essa pergunta, pois como já dissemos, não cabe a nós julgar se alguém está salvo ou não. O que podemos dizer com toda certeza é que se os nomes delas estiverem escritos no livro da vida, então elas estão salvas, caso contrário serão lançadas no lago de fogo (apoc. 20:15).

Jesus deu outros exemplos mostrando que nem todos subirão para encontrá-lo nos ares: Os dois na cama (Luc. 17:34); Dois no campo (Mat. 24:40); Dois no moinho (Mat. 24:41). É curioso o fato de que em todos os exemplos, vemos que a metade sobe com Jesus, e metade fica para trás.

Nas cartas que foram escritas às igrejas, encontramos a igreja de Tiatira como um tipo de igreja que passará pela tribulação, é o que diz no texto em Apoc. 2:22. Em oposição encontramos a igreja do tipo de Filadélfia que será guardada da tribulação conforme está escrito em Apoc. 3:10. Note que ambas são igrejas de Cristo, porem com diferenças na vida espiritual. A Palavra de Deus não deixa dúvida quanto à seleção que será feita no dia do arrebatamento. E queremos repetir o fato de que não estamos falando de salvação, não devemos confundir arrebatamento com salvação. Isto significa que não estamos afirmando que aquele que não for arrebatado não está salvo, da mesma forma não podemos afirmar que aquele que ficar para trás estará perdido. A verdade é que não podemos em hipótese alguma julgar a salvação de quem quer que seja. Não cabe a nós esse julgamento.

Por falar em seleção e a título de comparação, todos nós sabemos que em todo o Brasil existem inúmeros jogadores de futebol, contudo, no dia do campeonato mundial, somente os melhores são selecionados para participarem dos jogos, nem por isso os outros deixam de ser jogadores, mas só os melhores são escolhidos para esse evento especial. É isto que vai acontecer com a igreja no dia do arrebatamento.

Quem seriam, portanto, os homens representados pelas cinco virgens loucas, aqueles que não irão participar do arrebatamento? Leia e medite nos textos que serão citados abaixo, e sob a orientação do Espírito Santo, examine-se a si mesmo, e se o Espírito assim determinar, quebre o seu vaso e faça de si um vaso novo.

Talvez sejam os que não guardam a Palavra de Deus apesar de conhecê-la. São fiéis somente dentro da igreja, pregam, oram, louvam, ensinam, porém fora da comunidade são abomináveis, praticam pecado escondido (Tito. 1:16).

Talvez sejam os que louvam a Deus, porém praticam a iniqüidade (Amos 5:21-23).

Talvez sejam os dotados de espírito de religiosidade, praticam e ensinam a religião como convenção, porém estão longe da presença de Deus (Isa.29:13).

Talvez sejam os indisciplinados dentro da igreja, desobedecem as ordens do pastor ou do seu líder (Hebreus. 12:8).

Talvez sejam os "mais ou menos" fiéis (Apoc. 3:16).

Talvez sejam os chamados de carnais, que não vivem segundo o espírito, mas satisfazem os desejos da carne (1Cor. 3:3)

Talvez sejam os imprudentes que não se mantém vigilantes (Mat. 24:48-51).

Talvez sejam os maledicentes, caluniadores, e mentirosos (Jer. 9:4-5; Prov. 6:16-19).

Talvez sejam os que não liberam o seu perdão ao seu semelhante e não tem os seus próprios pecados perdoados por Deus. É possível que alguém peça perdão a Deus e Deus não lhe perdoe? Sim, isso é possível, leia Mat. 6:14-15; leia também Mat. 18:32-25.

Talvez sejam os inimigos de Deus. Quem é amigo do mundo é inimigo de Deus (Tiago. 4:4); Se não fizer a vontade de Jesus, é seu inimigo (João 15:14); Quem não trabalha a favor de Jesus, é contra ele (Luc. 11:23); a falta de perdão o torna inimigo de Deus (1João. 4:20).

Talvez sejam os que não se reconciliam com seu semelhante (Mat. 5:23-24).

Talvez sejam os que continuamente sonegam impostos, não obedecem as leis de transito, são desonestos em seus negócios e com seus semelhantes, ganham dinheiro de forma ilícita, costumam mentir, proferem palavras torpes, proferem palavras de maldição, são maledicentes, etc... Existem inúmeros textos na Palavra de Deus que nos advertem para todas estas situações e muitas outras mais.

Diante disso alguém poderia dizer que dessa forma ninguém será arrebatado. Com toda a certeza, muitos serão arrebatados porque Jesus ensinou que as cinco virgens prudentes entraram para as bodas, e nós também podemos entrar se também formos prudentes como elas.

Quando Jesus subiu ao céu ele prometeu e não nos deixou órfão, mandou o Espírito Santo para que fossemos dirigidos por Ele. Se pecarmos, o Espírito Santo nos convence do pecado, e se nos arrependermos, alcançaremos o perdão mediante os méritos de Jesus.

E agora? Você seria capaz de responder a si mesmo, se quando Jesus voltar para buscar a sua igreja, você estaria incluído no arrebatamento de igreja? Você faz parte do grupo das cinco virgens prudentes ou das cinco loucas?

Nos próximos capítulos vamos aprender o que acontecerá com aqueles que não forem arrebatados e ficarem para trás.



Capítulo 10


O FIM DA ERA DA IGREJA -IV
ARREBATAMENTO VISTO NO APOCALIPSE

O livro do Apocalipse não está escrito na mesma ordem cronológica dos fatos reais que irão acontecer. Até o capítulo 3 encontramos as mensagens para as igrejas, logo em seguida, se estivesse na ordem cronológica, deveríamos encontrar um texto relativo ao arrebatamento da igreja. Contudo, no capítulo 4 já vemos de forma simbólica, a presença da igreja já arrebatada diante do trono de Deus. Sobre esse detalhe, da ordem cronológica, abordaremos mais de perto em outro capítulo.

O arrebatamento está detalhado no capítulo 12 do livro do apocalipse onde fala de uma mulher vestida de sol, que estava grávida e o seu filho ao nascer foi arrebatado ao céu, e ela foi levada ao deserto onde foi mantida por três anos e meio. Leia todo esse capítulo agora, antes de continuar o estudo.

Este capítulo 12 é bastante polêmico entre os estudiosos da Bíblia. Alguns entendem que a mulher representa Israel e o filho representa Jesus. Outros entendem que a mulher representa Maria e seu filho Jesus, quando nasceu.

Com todo respeito a essas opiniões, queremos esclarecer que nós, nesse estudo não concordamos com essas interpretações pelas seguintes razões:

João teve as visões dadas por Jesus por volta do ano 95 de nossa era, ou seja, cerca de 62 anos após a morte e ressurreição de Jesus, e começa a escrever o livro dizendo: "...as coisas que em breve devem acontecer...", no capitulo 4 verso 1, após a era da igreja, também está escrito "... as coisas que depois dessas devem acontecer...", portanto os fatos relatados no livro são futuros em relação a ressurreição de Jesus. Assim sendo, o capítulo 12 não pode estar falando sobre o nascimento de Jesus, que é um fato anterior à revelação.

Outro detalhe que devemos considerar é que não haveria nenhuma razão para Jesus revelar o seu próprio nascimento para João. João era contemporâneo e discípulo de Jesus e conhecia muito bem a historia do seu nascimento. Os evangelhos relatam com bastante detalhe o nascimento de Jesus, portanto não haveria necessidade de revelar esse mesmo fato de uma forma simbólica no Apocalipse.

Outra razão é a seguinte. No capítulo 12 do Apocalipse vemos que o filho, logo que nasceu, foi arrebatado aos céus, e sabemos que Jesus não foi arrebatado ao céu quando nasceu. Jesus nasceu, viveu 33 anos entre os homens e depois de morto e ressuscitado subiu aos céus, não foi arrebatado. A mulher foi levada ao deserto, que é símbolo de sofrimento, e sabemos que Maria não foi levada ao deserto depois do nascimento de Jesus. Israel também não foi ao deserto depois do nascimento de Jesus.

Portanto, a mulher descrita no capítulo 12, se interpretada como sendo Israel ou Maria, os fatos que a circundam não condizem com o contexto bíblico.

Vamos em seguida fazer uma análise desse capítulo considerando que a mulher é a igreja de Cristo, como as dez virgens da parábola e o filho que nasceu é parte da igreja arrebatada, como as cinco virgens prudentes que subiram com o noivo.

Já dissemos na lição anterior que a mulher é usada como símbolo da igreja. Esta mulher (Apoc. 12:1), estava vestida de sol assim como a igreja deve ser a luz do mundo e resplandecer a gloria de Cristo (Mat. 5:14). A lua debaixo dos pés tem o seguinte significado: a lua é um astro sem luz própria e depende da luz do sol, portanto a lua representa as trevas, e a igreja, que é luz, deve estar por cima, pisando os poderes das trevas (Lucas 10:19). A coroa sobre a cabeça é uma promessa dada aos santos fiéis a Cristo (2Tim. 4:8; Tiago 1:12; 1Pedro 5:4; Apoc. 2:10). Quanto as doze estrelas na coroa, o número doze na bíblia simboliza os remidos, os salvos, assim temos como exemplo as doze tribos de Israel e os doze apóstolos, os escolhidos de Deus e de Jesus.

Ela estava grávida e próxima de dar à luz (Apoc. 12:2), assim como a igreja está aguardando com ansiedade para ser arrebatada e se encontrar com Jesus. Já vimos no capítulo anterior que nem todos da igreja serão arrebatados, portanto, a mulher representa a igreja como um todo, e o filho que vai nascer, representa a parte da igreja que vai ser arrebatada.

Nos versículos 3 e 4, fala do dragão que representa o diabo, cuja cauda arrasta a terça parte das estrelas que representam os demônios, ou os anjos seus seguidores. Veja em Apoc. 1:20, que as estrelas são símbolos de anjos. Esse dragão, que é o diabo, sabe que os santos serão arrebatados para o trono de Deus e está furioso diante da igreja fazendo todas as tentativas para tragar aqueles que são santos e que certamente vão participar do arrebatamento (1Pedro 5:8). Quanto ao significado das sete cabeças e os dez chifres do dragão, será estudado em outra lição mais tarde.

O filho nasceu e foi arrebatado para Deus (Apoc. 12:5) e irá reger as nações. A igreja arrebatada seguirá diretamente diante do trono de Deus, João teve essa visão registrada no capitulo 4. A igreja também tem a promessa de que irá reinar sobre as nações juntamente com Jesus (.Apoc. 2:26-27).

A mulher, depois de ter dado à luz, continua simbolizando a igreja, só que desta vez se trata da igreja que ficou para trás, a igreja que não estava preparada, as cinco virgens loucas que não entraram para as bodas. A mulher foi para o deserto que simboliza sofrimento, tribulação e provação. A igreja que não foi digna para se encontrar com Jesus, agora vai passar por um período de tribulação que irá durar mil duzentos e sessenta dias, ou seja, três anos e meio (Apoc. 12:6).

Agora João tem uma nova visão no céu, Miguel, um anjo guerreiro de Deus, lutando com o dragão, que é o diabo (Apoc. 12:7-9). Nessa batalha o diabo e seus anjos são expulsos das regiões celestiais onde se encontram hoje (Efes. 6:12). A igreja subiu e não pode ficar na presença de Satanás, por isso ele é expulso dos céus e precipitado na terra onde ele vai provocar a maior tribulação que se pode imaginar usando dois homens que no apocalipse são chamados de besta e falso profeta (2 Tes. 2:9).

Quando isto aconteceu, houve júbilo no céu pela expulsão de Satanás e lamentação sobre os que ficaram na terra (Apoc. 12:10-12), porque agora o diabo irá usar de toda sua força contra os que estiverem na terra. Devemos lembrar que nesse momento a igreja já não existe na terra, a perseguição contra os que ficarem será violenta e na terra quem irá governar será o próprio diabo. O diabo que estava no céu acusando a igreja de Cristo agora já não pode mais fazê-lo (verso 10).

Na seqüência o dragão começa a perseguir a mulher na terra (Apoc. 12:13). Novamente é mencionado o fato de que a mulher ficaria no deserto por 3 anos e meio, é o que significa um tempo [um ano]; e tempos [dois anos]; e metade de um tempo [meio ano] (Apoc. 12:14).

Nesse mesmo versículo (v.14), diz que a mulher será sustentada, e em seguida vemos que o dragão lançou água de sua boca para destruir a mulher, mas a terra abriu-se e tragou a água protegendo a mulher (Apoc. 12:15-16). Como o diabo vai investir com toda sua força contra a igreja que está sendo provada, Deus vai dar uma ajuda para que os homens consigam suportar a tribulação. Quando diz que a terra tragou a água, significa que os abalos sísmicos, os terremotos, vendavais, furacões incêndios que irão acontecer, de alguma forma irá desviar a atenção dos seguidores da besta quando estiverem perseguindo a igreja.

Há um filme evangélico, que embora seja de ficção, pode exemplificar como isso acontece. Trata-se de uma cena, onde o carrasco vai executar uma moça que se negou a adorar a imagem da besta e no momento da execução, acontece um terremoto e o carrasco foge atemorizado.

Não se trata de um livramento total e absoluto como acontece hoje, mas apenas uma pequena ajuda. Esse fato é mencionado também pelo profeta Daniel quando descreve o reino do anticristo durante a tribulação (Dan. 11:34-35), e mesmo com essa pequena ajuda, todos serão mortos.

E novamente no verso 17, é mencionado o fato de que o dragão, irado, vai fazer guerra ao resto da semente da mulher, ou seja, exatamente o resto da igreja que ficou na terra e que tenta a todo custo manter-se fiel a Jesus guardando a sua Palavra.

Alguns vêem neste fato como que uma segunda chance para a salvação, mas pense bem, vale a pena? E se não estivermos vivos quando surgir essa suposta "segunda chance"?
Se você acha que vale a pena, aguarde para ver o que vai acontecer no período da tribulação.







Capítulo 11


A HARMONIA DO APOCALIPSE

Uma das causas pelas quais o entendimento do livro do Apocalipse se torna difícil, além dos símbolos, é que a ordem da narrativa escrita muitas vezes não corresponde exatamente à mesma ordem cronológica real dos fatos que irão acontecer. O leitor que não atentar para esse detalhe terá maior dificuldade em entender os fatos relatados no livro sob o ponto de vista histórico.

Queremos dizer que o livro do apocalipse, como qualquer outro, tem um relato histórico, ou seja, a narrativa de fatos que irão acontecer literalmente na terra e no céu, porém ao mesmo tempo, sendo a Palavra de Deus, há também a mensagem espiritual vinda diretamente de Deus ao nosso espírito. Essa mensagem não pode ser entendida por nenhum mestre literário, pois depende unicamente da revelação do Espírito Santo aos nossos corações. Neste estudo, sem dúvida estamos estudando não só a parte histórica, mas principalmente a mensagem de Deus para edificação de nossas vidas.

De acordo com a forma como está escrito, podemos concluir que João teve vários lances de visões em períodos separados, e não uma única visão total.

Em Apoc. 1:10 João diz que foi arrebatado em espírito e logo em seguida ele tem a visão das mensagens dirigidas às sete igrejas da Ásia.
Na seqüência, em Apoc. 4:1, ele diz que viu uma porta no céu e alguém o chamou, e ele foi novamente arrebatado em espírito.
Portanto até aqui podemos observar que ele teve dois lances de visões vistas do céu.
Em Apoc. 13:1 ele agora diz que se pôs sobre a areia do mar, e tem novas visões vistas da terra. Com isso já podemos perceber três lances de visões.

Não podemos dizer quantas vezes isto aconteceu e nem qual o intervalo de tempo entre as visões, mas é certo que não foi uma única visão total de uma só vez.

Podemos também observar os seguintes aspectos nas visões que João teve:

a) Ele viu separadamente, vários fatos que aconteceram simultaneamente, porém em lugares diferentes, que evidentemente tinham que ser relatados separadamente podendo nos dar a impressão de que os fatos eram consecutivos. Por exemplo, ao mesmo tempo em que surgem a besta e o falso profeta e instalam o reino na terra (Apoc. 13), os 144000 são assinalados e vistos no monte Sião (Apoc. 7 e 14). Para melhor entendimento e a título de exemplo, seria como que se alguém conseguisse ver ao mesmo tempo, algo acontecendo no Brasil e no Japão no mesmo dia e mesmo horário. Imagine uma pessoa com dois aparelhos de televisão ligados à sua frente, um ligado em um canal do Japão e outro do Brasil. Essa pessoa estaria vendo duas imagens em locais diferentes, mas que estariam acontecendo ao mesmo tempo.

b) Ele viu acontecimentos iguais sob ângulos diferentes. Cada vez que acontecia algo no céu, ao mesmo tempo havia uma conseqüência na terra. Como as visões e os relatos são separados, pode dar-nos a impressão de serem fatos diferentes e consecutivos. Por exemplo, a cada trombeta tocada, acontecia algo visto do céu que correspondia exatamente a cada taça derramada com algo acontecendo visto da terra. Os fatos ligados às trombetas e taças eram simultâneos porem vistos de ângulos diferentes. Para melhor entendimento, seria como que se alguém conseguisse ver ao mesmo tempo, um jogo de futebol olhando por cima do campo e ao mesmo tempo ver o mesmo jogo olhando por baixo no mesmo nível dos jogadores. Ele estaria vendo a mesma cena sob ângulos diferentes.

Vejamos outros detalhes que nos levam a entender que a ordem da narrativa não corresponde à mesma ordem cronológica:

O capítulo 13 narra o aparecimento da besta e do falso profeta que, no entanto, já estavam atuantes desde o capítulo 6 na abertura dos selos.

O capítulo 4 mostra a igreja arrebatada diante do trono, no entanto o arrebatamento está narrado no capítulo 13.

O capítulo 18 aponta para o passado: CAIU - Verso 2; para o presente: SAI DELA - verso 4; e para o futuro: SERÁ LANÇADO - verso 21.

O capítulo 18 também narra a queda do reino da besta, que só acontece definitivamente no capítulo 19.

O juízo final está narrado no capitulo 20 e pode ser visto também nos versos 18 e 19 do capítulo 11

Em Apoc. 7:3, o anjo recebe uma ordem para não danificar a terra antes dos 144000 serem assinalados, no entanto, em Apoc. 6:14 já vemos a narrativa de um cataclismo na terra.

Vamos agora fazer uma análise muito importante no conjunto de narrativas de todo o livro. Fique com sua bíblia aberta no livro do Apocalipse para acompanhar estas observações.

Antes, porém, é importante lembrar como já falamos, que o número sete na Bíblia simboliza a plenitude de Deus, ou seja, Deus completa uma determinada obra dentro de um sete.

Até o capitulo 11 podemos observar de um modo geral, uma seqüência cronológica da seguinte forma:

Nos capítulos 1 ao 3 vemos a introdução e as mensagens às igrejas.
Nos capítulos 4 e 5 são vistos os santos na glória e o livro selado com sete selos.
No capitulo 6 são abertos os seis primeiros selos do livro.
No capitulo 7 são vistos os 144000 sendo selados e os mártires.
No capítulo 8 é aberto o sétimo e último selo e são tocadas as primeiras seis trombetas
(obs. As sete trombetas estão diretamente relacionadas com o sétimo selo, como se fossem sete capítulos dentro da sétima página do livro).
No capitulo 9 são tocadas as quinta e sexta trombetas.
No capítulo 10 há um parêntesis com a visão do livrinho.
Finalmente, no capitulo 11 há a narrativa das duas testemunhas e é tocada a sétima e última trombeta.

Note que até aqui já foram abertos os sete selos e tocadas as sete trombetas. Considerando que o sete encerra um determinado plano de Deus, podemos então concluir com toda certeza que aqui, no capítulo 11, terminam todas as atividades do período da tribulação, vindo em seguida o milênio e o juízo final.

E o resto do livro, referentes aos capítulos 12 até o 22?

Acontece que toda a narrativa da tribulação vista do ponto de vista do céu está contida nos capítulos 4 ao 11.

Agora João escreve novamente, repetindo toda narrativa da tribulação do ponto de vista da terra. Em Apoc. 13:1 João diz que se viu sobre a areia do mar, ou seja, aqui em baixo na terra, enquanto que no capitulo 4 ele tinha recebido uma ordem para subir ao céu.

O capítulo 12 descreve o arrebatamento da igreja que estava na terra.
No capitulo 13 está narrado o aparecimento da besta e do falso profeta.
No capitulo 14 são vistos os 144000 na terra já assinalados pelo anjo.
O capitulo 15 narra a visão das taças.
Finalmente no capitulo 16 são derramadas as sete taças sobre a terra.
Aqui termina novamente a segunda narrativa da tribulação vista da terra.

Observe que a besta e o falso profeta não são mencionados nos capítulos 4 a 11, porque nestes capítulos João estava no céu, enquanto que a besta e o falso profeta estavam na terra. Pela mesma razão, João vê no céu - capítulo 7, um anjo recebendo ordem para assinalar os 144000, e no capitulo 14, na terra, João vê os 144000 já assinalados no monte Sião junto com Jesus.

Observe também que no capitulo 7 João estava no céu e viu as almas dos mártires na gloria, enquanto que no capitulo 14 João estava na terra e viu a ceifa, ou seja os mártires sendo mortos.

Na seqüência, os capítulos 17 a 19 descrevem o reino da besta que se encontra pres ente na terra desde o capitulo 4, e nos capítulos 20 a 22 volta a seqüência cronológica com o milênio, juízo final e eternidade.

Este conceito se faz importante para podermos entender daqui para a frente, o que vai acontecer na ordem cronológica conforme descrito no livro. É importante também para entendermos porque durante o estudo nós não seguimos a seqüência numérica dos capítulos, aparentemente sem lógica.



Capítulo 12


A VISÃO DO TRONO

Estamos agora na parte do estudo quando já terminou a era da igreja, a qual foi arrebatada e está diante do trono de Deus nos céus. Antes de iniciar o estudo desta lição, convém ler todo o capitulo 4 e 5 do Apocalipse.

Depois da visão onde recebeu as mensagens para as igrejas, João olhou para o céu e viu como que uma porta aberta de onde saiu uma voz chamando-o para subir (Apoc. 4:1).
João subiu, arrebatado em espírito, ou seja, seu corpo ficou aqui na terra, mas o seu espírito subiu ao céu para ver as visões de Deus (Apoc. 4:2).
A partir desse momento as visões são reveladas no céu.

Estando no céu, João viu um trono e Deus assentado no trono (Apoc. 4:2). Como Deus não pode ser visto por ninguém, Ele se mostrou na visão como pedras preciosas (Apoc. 4:3).

Ao redor do trono havia também o arco celeste (Apoc.4:3), que é o mesmo arco que Deus colocou no céu após o dilúvio quando fez aliança com Noé (Gen.9:13). Isto mostra que toda aliança que Deus faz é permanente e mostra também que no juízo que vai se seguir sobre a terra e sobre os homens, não será aplicado o mesmo juízo dos dias de Noé, ou seja, o dilúvio. Na aliança que Deus fez com Noé, Deus prometeu que nunca mais iria destruir a vida na terra com as águas do dilúvio, e o arco estava lá no "apocalipse" para que todos se lembrassem dessa promessa.

Ao redor do trono ele viu vinte e quatro tronos com vinte e quatro anciãos (Apoc. 4:4), algo parecido com um mar de vidro semelhante ao cristal e quatro animais ou seres viventes (Apoc. 4:6). Havia também um cordeiro diante do trono (Apoc. 5:6).

Agora vamos interpretar e entender o que significam essas visões.

Sabemos que os únicos seres viventes que Deus criou foram os anjos e os homens.
Não estamos levando em conta os animais irracionais porque eles não tem espírito e não participam da gloria celestial, não podem estar presentes no céu diante do trono de Deus. Portanto, os que estavam diante do trono só poderiam ser anjos e homens, além de Jesus e o Espírito Santo de Deus, evidentemente.
Não existe qualquer outro ser vivente criado por Deus a ser considerado nessa visão.

O Cordeiro (Apoc. 5:6) que está simbolizando Jesus, se apresentava como que tivesse sido morto, mas estava vivo, é Jesus ressuscitado. Tinha sete pontas, ou sete chifres que representam plena força e poder. O chifre é símbolo de força. Os sete olhos representam os sete espíritos, ou seja, Deus em toda sua plenitude (ver os sete espíritos de Deus em Isaias 11:20).

Os quatro animais (Apoc. 4:6-8), pelas características mencionadas, são anjos, basta comparar com a visão que os profetas também tiveram dos anjos (Isaias 6:1-3; Ezeq. 1:5-10; Ezeq. 41:18-19).
São quatro anjos, e o número quatro simboliza o mundo, assim como temos as quatro estações do ano, quatro pontos cardeais, e a bíblia fala em quatro cantos da terra, quatro ventos, etc... Sempre que algo vai acontecer na terra, um dos quatro anjos entra em atividade para executar a ordem de Deus. Cada vez que Jesus abria um dos primeiros quatro selos, um dos quatro anjos fazia a apresentação a João (Apoc. 6:1-7). Mais tarde vamos constatar que os primeiros quatros selos representam quatro acontecimentos que ocorrerão em todo mundo.

Os vinte e quatro anciãos e o mar de vidro representam todos os homens salvos e que já estão até este momento diante de Deus. Existe porém uma diferença entre os vinte e quatro anciãos e o mar de vidro.

Os vinte e quatro anciãos representam a igreja que ressuscitou e foi arrebatada quando Jesus voltou. Vejamos as características que os identificam como sendo a igreja arrebatada:
a) A quantidade,vinte e quatro é o dobro de doze que simboliza os remidos. São doze (doze apóstolos) representando a igreja formada pelos gentios (não judeus) e mais doze (doze tribos de Israel) representando os judeus convertidos e pertencentes à igreja de Cristo (Atos 13:46). Não estão incluídos nesta representação, os judeus salvos no período do Velho Testamento, pois eles ainda não ressuscitaram até este momento e também não fazem parte da igreja de Cristo.
b) Estavam no trono, conforme a promessa dada por Jesus à igreja (Luc. 22:30; Apoc. 3:21).
c) Estavam vestidos de branco, também uma promessa de Jesus (Apoc. 3:4)
d) Tinham coroas de ouro em suas cabeças, outra promessa de Jesus para a igreja (2Tim. 4:8).

O mar de vidro também representa os homens salvos, porém aqueles que ainda não passaram pela ressurreição. Estes portanto não estão ressuscitados com um corpo glorificado, mas são espíritos e almas que estão no paraíso de Deus aguardando a ressurreição. O mar simboliza povos e nações (Apoc. 17:15), e esse mar que João viu representa todos os povos e nações salvos e que estão diante de Deus. Neste grupo estão incluídos os salvos do período do Velho Testamento.

Mais tarde, durante a tribulação, os mártires que se mantiverem fiéis a Deus irão morrer e também estarão juntos a esse mar de vidro aguardando a ressurreição (Apoc. 15:2).

Ainda nesta visão, João viu saírem de diante do trono, vozes, relâmpagos e trovões. Essas vozes, relâmpagos e trovões representam o juízo de Deus sobre a terra e sobre os homens. Sempre acontecem no momento da ira de Deus (Apoc. 8:5; 10:3; 10:19; 16:18). O trovão representa a voz de Deus. Veja quando os homens compararam a voz de Deus com um trovão - (João. 12:29; Apoc. 14:2). Estamos agora diante de Deus irado por causa do pecado dos homens, e a sua justiça vai ser colocada em ação.

O LIVRO SELADO

À direita de Deus, João viu um livro selado com sete selos escrito por dentro e por fora (Apoc. 5:1). Ninguém podia abrir, nem ler e nem olhar para aquele livro (Apoc. 5:2-4). O único que podia abrir o livro era o Leão da tribo de Judá, que representa Jesus Cristo (Apoc. 5-7).

O que será que continha naquele livro que ninguém podia abri-lo?

A resposta está em Ezequiel 2:9-10. Ezequiel também teve a visão desse livro e ele nos diz que no livro estavam escritos lamentações, suspiros e ais. Portanto, nesse livro selado com sete selos continha todo plano de Deus para consumar a profecia de Daniel conforme está escrito em Dan. 9:24 e que iria se cumprir integralmente durante o período da tribulação, tribulação esta representada pelos suspiros e ais contidos no livro.

Os sete selos, como sabemos, representa a plenitude na consumação do plano de Deus nesse período de tribulação. A cada selo que Jesus abre, acontece algo na terra ou aos homens, até que, ao retirar o último selo, tudo já estará consumado.

Quando foi dito que Jesus era digno de abrir os selos, houve júbilo e louvores no céu (Apoc. 5:8-14). É obvio o fato de que somente Jesus era digno de abrir os selos, pois foi ele quem venceu o pecado e a morte, foi ele que se entregou para remissão dos pecados dos homens e é ele quem irá restaurar a terra e eliminar a maldição gerada pelo pecado. Ninguém mais seria digno deste ato.

Convém lembrar que sempre estamos falando em símbolos. É evidente que ninguém, vai chegar ao céu diante de Deus e ver um cordeiro com sete olhos, na realidade vamos ver Jesus como ele realmente é. O cordeiro é apenas um símbolo na visão de João. Da mesma forma, não existem apenas quatro anjos diante de Deus mas milhares e milhares. Dizemos ainda que não são apenas vinte e quatro os salvos ressuscitados da igreja. Esses vinte e quatro anciãos apenas representam todos os homens que compõem a igreja de Cristo.

Resumindo, logo após o fim da era da igreja, e quando vai iniciar o período da tribulação, esta será a cena nos céus: Jesus assentado em seu trono e ao redor do trono, seus anjos, a igreja ressuscitada, e as almas dos que estavam salvos mas aguardando a ressurreição e o juízo final após o milênio.
E mais tarde aparecem as almas dos santos martirizados na tribulação que também ficam aguardando a ressurreição que vai ocorrer no final da tribulação e no inicio do milênio.



Capítulo 13


AS DUAS BESTAS

Agora que a igreja foi retirada da terra, e Satanás expulso dos céus sendo precipitado na terra, começa a se formar o cenário para início da grande tribulação. Satanás se apossa do anticristo e o do falso profeta e instala o seu reino na terra, Jesus se prepara para abrir os selos, os anjos a postos para no momento oportuno tocarem as suas trombetas e derramarem as taças. Os 144000 são assinalados por Deus (oportunamente, na lição própria vamos explicar a função dos 144000 no apocalipse).

Neste capítulo vamos estudar sobre o surgimento das duas bestas que representam dois homens ditadores mundiais. Um deles, chamado de besta no apocalipse, irá surgir para atuar na área político-administrativa, é a besta que surgiu do mar conforme Apoc. 13:1-10. Já mencionamos que o mar simboliza povos e nações, este homem vai surgir do meio político de entre as nações e vai impor a sua ditadura no mundo como já houve no passado com o império babilônico, persa, romano e outros. A outra besta, chamada de falso profeta, surge da terra e vai atuar na área religiosa de parceria com a outra besta. Estes dois, juntos com Satanás, formam a trindade satânica fazendo sinais e maravilhas numa tentativa de imitar a Trindade Divina e enganar os homens.

Vejamos algumas profecias referentes a estes homens. Ele é chamado de "Príncipe que há de vir" em Daniel 9:26. É chamado de "homem vil" em Daniel 11:21. É o quarto animal na visão de Daniel 7:7, compare com Dan. 7:19 e Dan. 7:23. É o sétimo rei em Apoc. 17:10. O apóstolo Paulo o chamou de "homem do pecado, filho da perdição e iníquo" em 2Tes. 2;3,8. Veja também Dan.11:31-36.

A BESTA QUE SURGIU DO MAR (Apoc.13:1-10)

Na visão de João (Apoc. 13:1), essa besta surge do mar, tem sete cabeças e dez chifres. Todas as referencias a Satanás incorporado na besta são vistas com sete cabeças e dez chifres. Não pretendemos aqui explorar com muita riqueza de detalhes a interpretação das sete cabeças e dez chifres tendo em vista a complexidade do assunto e a impossibilidade de se chegar a uma conclusão final, contudo, vamos expor de uma forma simples, resumida e bastante clara.

Leia atentamente o texto em Apoc. 17:9-10. As sete cabeças representam os sete grandes impérios de domínio no mundo. Quando João recebeu a revelação, já haviam se passado cinco grandes impérios mundiais, a saber: Egípcio, Assírio, Babilônico, Persa e Grego. Quando João estava exilado na ilha de Patmos e recebeu a revelação, estava atuante o império Romano, o qual já existia antes do nascimento de Jesus. E o sétimo que há de vir, é o império da besta no período da tribulação que vai atuar por um período muito curto de tempo, de aproximadamente sete anos.

Daniel também teve a visão desses impérios representados por quatro animais. A única diferença é que Daniel viu os impérios futuros e não os passados, por isso é que ele viu apenas quatro e não sete. Daniel, quando teve a visão estava vivendo no império Babilônico e viu os quatro impérios seguintes, ou sejam, Persa, Grego, Romano e da Besta o qual é representado pelo quarto animal, o pior de todos. Apesar de ter visto apenas quatro animais, um deles tinha quatro cabeças, completando assim as sete cabeças da besta que representam a totalidade dos sete impérios, da mesma forma que João viu (Dan. 7)

Os chifres que simbolizam a força, representam os homens, os reis que estão à frente de um pais ou império. (Dan. 7:8,12,17,20-25; Apoc. 17:12-14). Um dos dez chifres, o menor, se levanta e abate os demais tomando para si o império. Em Apoc. 17:12 diz que receberá o reino por uma hora, isto significa que seu reino será curto, de apenas uma semana profética, ou seja, cerca de sete anos.

É importante notar o detalhe em Dan. 7:25, que os santos do Altíssimo, ou seja, a igreja que ficou para a tribulação, serão perseguidos por três anos e meio, é o tempo de tribulação da igreja, representado também; pela metade da semana citada em Dan. 9:27, e que corresponde também aos mil duzentos e sessenta dias em que a mulher do capitulo 12 vai ficar no deserto. Portanto, o período da tribulação estará dividido em dois períodos de três anos e meio cada um.

O texto diz que uma de suas cabeças estava ferida de morte (Apoc. 13:3), e essa ferida foi curada. Algo vai acontecer com esse homem de muito grave com perigo de morte, porém um milagre feito talvez pelo próprio Satanás fará com que ele seja curado e todos os homens ficarão maravilhados com esse "milagre". Essa será uma tática satânica para atrair os povos à adoração desse homem (Apoc. 13:4).

Ele irá proferir palavras de blasfêmias contra Deus, irá perseguir e matar os santos fiéis a Deus. Todos os homens do mundo, que não tem o seu nome escrito no Livro da Vida, ou seja , os que estão perdidos, irão adorar a besta (Apoc.13:5-10)

A BESTA QUE SURGIU DA TERRA (Apoc. 13:11-18)

Vamos ver agora sobre a besta que surgiu da terra, o falso profeta citado no texto de Apoc. 13:11-18.

Esta besta, ao contrario da outra, tinha apenas dois chifres, semelhantes ao de um cordeiro, mas falava como dragão. Está claro e evidente, a imitação de Jesus, visto que o cordeiro é o símbolo de Jesus, porém esse falso cordeiro falava como dragão, que é Satanás. Por isso, essa besta é chamada de falso profeta e terá sua atuação na área religiosa enganando a muitos.

Esse segundo homem na área religiosa, terá o mesmo poder do outro na área política. (Apoc. 13:12). Irá enganar os homens com sinais (Apoc. 13:13), obrigará os homens a adorar a primeira besta, matando quem não obedecer (Apoc. 13:15). Usará de artifícios para fazer com que a imagem da besta, uma estátua, possa falar e enganar os homens (Apoc. 13:15).

Uma característica importante é o fato de que esse anticristo irá obrigar todos os homens a receberem uma marca na mão direita ou na testa como sinal de obediência à besta (Apoc. 13:16), e quem não tiver esse sinal não poderá comprar e nem vender qualquer coisa (Apoc. 13:17).

Isto, de uma forma indireta já acontece nos dias de hoje. É perfeitamente sabido que quem não tem documentos, no caso, CIC e RG, não pode abrir conta em banco, não pode comprar casas ou terrenos, não pode comprar carros, e quem além disso, também não tem título de eleitor, não pode nem mesmo viajar para o exterior. Também existem hoje empresas comerciais que somente vendem seus produtos para quem estiver cadastrado e tiver um cartão de identificação. Qualquer outra pessoa não cadastrada não pode comprar seus produtos.

O texto em Apoc. 13:18 fornece um detalhe para que possamos identificar, no momento oportuno, esses homens que serão as bestas do apocalipse. Trata-se do número 666 que de alguma forma estará identificando esses homens.

Muitos têm tentado desvendar esse mistério procurando o numero 666 nas pessoas, e quanto a isso existe muita especulação.

Costuma-se calcular os valores numéricos de nomes e títulos de pessoas e em muitos casos chegam-se a 666. Este mesmo processo de cálculo, com diferentes valores em outros sistemas numéricos, também pode ser aplicado nos seguintes nomes, títulos e palavras, com o mesmo resultado 666:
Nero, César, Maome, Lutero, Calvino, Napoleão, Kissinger, Computer, Teitan, Lateinos, Romano, Vicarivs generalis Deis in terris, Latinvs rex sacerdos, Ekklhsia itálica, Stur, Vicarivs Filii Dei, e muitos outros.

Por essa razão, jamais podemos afirmar por enquanto, quem é ou quem será a besta do apocalipse, tampouco podemos afirmar que sejam os nomes acima, pois são homens que já morreram. Como acabamos de ver, existem muitos nomes ligados ao numero 666, portanto qualquer tentativa de se afirmar com certeza quem é a besta, se constitui em mera especulação e adivinhação. Nós cremos que somente será possível identificar o 666 quando o momento estiver mais próximo e então ninguém terá dúvidas sobre quem possa ser a besta com o número 666.

Como a volta de Jesus está muito próxima, cremos até que esses dois homens já tenham nascido e estejam no mundo aguardando a hora de se manifestar.

No próximo capítulo estaremos estudando sobre as características do reinado da besta aqui na terra.



Capítulo 14


O REINO DA BESTA

O reinado da besta será um império mundial onde um homem, com amplos poderes políticos, irá dominar o mundo. Ele será auxiliado por outro homem, chamado de falso profeta, atuando na área religiosa, e os dois estarão sob o comando de Satanás. O nome de besta é dado a esse conjunto de forças demoníacas sob o controle de Satanás. Quando se fala na Besta do Apocalipse, entende-se como sendo simbolicamente a atuação da trindade satânica, são dois homens também chamados de anticristo e falso profeta, totalmente debaixo da influencia de Satanás.

Antes de fazermos comentários sobre o reinado da besta, vamos citar os textos onde podemos ler muitas profecias a respeito da besta e seu reinado. Procure ler estes textos antes e depois de estudar a lição.

a) 2Tes. 2:3-9 - O apóstolo Paulo fala sobre o homem do pecado e sua pretensão de ser igual a Deus
b) Daniel. 11:21-23 - Daniel fala sobre o homem vil que virá de forma enganosa.
c) Daniel 11:31-36 - Daniel fala que ele irá profanar o santuário e os fiéis a Deus serão perseguidos e mortos.
d) Apoc. 13:1-10 - João vê a besta que surgiu do mar fazendo guerra aos santos, e os homens que irão adorar essa besta.
e) Apoc. 13:11-18 - João vê o falso profeta exigindo adoração à besta, a marcação dos homens para impedir compra e venda de qualquer coisa.
f) Dan. 7:1-8 - Daniel fala sobre a vinda da besta
g) Dan. 7:16-25 - Daniel interpreta a visão da besta e como ele irá surgir.
h) Apoc. 17:1-18 - O surgimento da besta e seu reino
i) Apoc. 18:1-24 - O declínio do reino da besta
j) Apoc. 19:1-21 - A derrota final da besta e seu reino
k) Dan. 12:1-13 - Daniel fala sobre a duração do reinado da besta.

Os capítulos 17, 18 e 19 do Apocalipse tratam respectivamente da ascensão, declínio e queda do reino da besta. O período do reinado da besta é o mesmo período da tribulação que estaremos tratando neste estudo.

Hoje já existe na ONU um movimento favorável a um governo único e mundial. Já está pronto o projeto de unificação da moeda na Europa, o já conhecido EURO, e fala-se muito em ecumenismo, ou seja, unificação das igrejas em uma só. Já existe em Bruxelas, um computador preparado e com capacidade para cadastrar todos os habitantes da terra. O simples código de barras usado hoje nos produtos, tem capacidade para identificar cerca de um trilhão de pessoas sem repetição, que corresponde a mais de cem vezes a população do mundo de hoje. O mundo está se preparando para o dia do reinado da besta

Essa trindade demoníaca irá estabelecer um reinado mundial agindo na área política e religiosa. Esse conjunto de atuação, também é chamado na bíblia de Babilônia, ou a grande prostituta. Como já dissemos, a mulher é usada como símbolo da igreja, e nesse caso, Babilônia, a mãe das prostituições, é o símbolo da igreja satânica saturada de idolatria e paganismo (Apoc. 17:5).

Será um tempo de grande angústia como nunca houve e nunca haverá na terra (Dan. 12:1). Esse reinado deverá durar cerca de uma semana profética, ou seja, sete anos. O anticristo irá permitir o culto a Deus através de um acordo por sete anos, porém na metade da semana, ou seja, após três anos e meio, ele irá violar o acordo e introduzir abominação no templo de Deus e então a angústia será de maior intensidade (Dan. 9:27).

Esse homem se colocará numa posição como se fosse um deus e exigirá adoração que só é devida ao único e verdadeiro Deus criador dos céus e da terra (2Tes. 2:4). Diga-se de passagem que esta sempre foi a intenção de Satanás e que o levou a se rebelar contra Deus. Satanás sempre quis ser adorado e reconhecido como um deus (Ezeq. 28:2).

O anticristo será um ditador mundial e subirá ao poder de uma forma enganosa e caladamente, fato típico das astutas ciladas de Satanás (Dan.11:21).

Um fato marcante que deverá caracterizar o reinado da besta é a marca que deverá ser imposta aos homens, como se fosse um documento de identidade, e através dessa marca, será controlado todo comércio. Quem não tiver essa marca não poderá comprar nem vender (Apoc. 13:16-17).

Essa situação já pode ser constatada nos dias de hoje de uma forma camuflada. Ninguém consegue comprar ou vender imóveis ou veículos se não tiver o seu CIC e seu RG. Existem também casas comerciais que só vendem seus produtos para quem for cadastrado e possuir um cartão de identidade. Os códigos de barra usados em produtos comerciais possuem, todos eles, três barras que identificam o 6, separando dois grupos de seis algarismos cada. É o 666 estampado nos produtos através do código de barras (Apoc. 13:18).

Quem receber a marca da besta, estará automaticamente negando a Jesus e aceitando a adoração à besta, e conseqüentemente seu destino será o lago de fogo para toda eternidade. Essa marca poderá ser eventualmente um código de barras estampado na pele, ou até um "chip" eletrônico inserido sob a pele.
Ao contrário, os que se decidirem pela fidelidade a Deus e a Jesus, não concordarão em receber essa marca em seu corpo (Lev. 19:28), porém a conseqüência será a morte, pois será perseguido e sacrificado pela besta, além de ser impedido de comprar ou vender, contudo, seu nome estará escrito no livro da vida e terá a vida eterna no reino de Deus.

Procure imaginar a situação daqueles que se decidirem pela fidelidade a Jesus. Serão perseguidos, não poderão comprar nem vender qualquer coisa. Não poderão comprar pão, leite, arroz, feijão ou qualquer outro alimento, tampouco poderão comprar roupas, imóveis ou qualquer outra coisa semelhante. Se não forem mortos pela perseguição, morrerão de fome ou doentes. Com isso entendemos as palavras de Jesus em Lucas 9:24, quando disse que quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á e quem perder a sua vida por amor dele, então se salvaria.

Não podemos esquecer que no meio dessa perseguição estarão acontecendo muitos terremotos, incêndios e outros cataclismos no mundo todo.

Você observou que nos capítulos 17, 18, e 19 do Apocalipse, João se refere ao reinado da besta comparando com a Babilônia, a grande prostituta, ou a mãe das prostituições. Convém lembrar que na maioria das vezes, quando a bíblia fala de prostituição, principalmente em profecias, não está se referindo a imoralidade sexual, mas sim à idolatria. Deus trata a idolatria, ou seja, adoração a outro ser que não seja Deus, como sendo um ato de adultério. A nossa fidelidade a Deus deve ser tão pura como deve ser a fidelidade entre os cônjuges.

A Bíblia menciona Babilônia porque foi naquela cidade que nasceu a idolatria e o paganismo, por isso é chamada de a mãe das prostituições. O bisneto de Noé, chamado Ninrode (Gen. 10:8-10), foi um homem de grande projeção, era caçador valente, e principalmente construtor de cidades. A cidade de Babilônia e a torre de Babel foram obras de sua engenhosidade.

Quando Ninrode morreu, sua mulher Semíramis, quis perpetuar o nome de seu marido e ensinou ao povo que Ninrode era um deus e foi morar no sol. Foi quando os homens começaram a adorar o sol como divindade, pois acreditavam que Ninrode estava lá.

Semiramis não se contentou com isso, e ensinou também que seu filho Tamuz, era uma encarnação de seu marido Ninrode. Como Ninrode estava sendo aceito como deus, então seu filho Tamuz também era deus, como conseqüência, ela, Semiramis seria então chamada de mãe de deus. E surgiu a figura de uma mulher com uma criança no colo sendo adorada como sendo mãe de deus. Esta idolatria satânica se perpetuou no mundo através dos povos, misturando-se com o cristianismo. A figura de Semíramis ainda existe até hoje com outros nomes, tais como deusa Diana, deusa Iris, Iemanjá e muitas outras. O próprio sol é encontrado com figuras simbólicas em vitrais, principalmente de igrejas. As torres e obeliscos são construções que apontam para o sol e muitas vestes sacerdotais de igrejas pagãs relembram figuras da antiga Babilônia.
Esta é a história simplificada do paganismo idólatra surgido na Babilônia antiga, e a imagem da Babilônia atual. Em torno desses fatos surgiram muitos outros detalhes e invenções diabólicas que nos dias de hoje, se torna assustadora a quantidade de abominações pagãs proliferada pelo mundo. E tudo nasceu na Babilônia com o bisneto de Noé.

Apesar de toda essa catástrofe, podemos ficar alegres em saber que no final desse curto período de tempo Jesus irá voltar com sua igreja e com o poder da sua Palavra irá destruir definitivamente o reinado da besta e lançar os dois homens iníquos no lago de fogo (Apoc. 19: 11-21).



Capítulo 15


OS 144000 ASSINALADOS

Neste capítulo vamos estudar quem são os 144000 e o que eles estão fazendo no cenário do apocalipse, de onde vieram e para onde vão. Leia os textos em Apo. 7:1-8 e Apo. 14:1-5.

Quando João estava arrebatado em espírito no céu, ele viu quatro anjos que estavam retendo os ventos para que não atingissem a terra antes do tempo determinado (Apo. 7:1). E um outro anjo deu ordem para aqueles quatro, para que não danificassem a terra antes que os 144000 homens fossem assinalados com o sinal de Deus (Apoc. 7:2-4).

Já podemos concluir desde já que esses 144000 são judeus procedentes de todas as tribos de Israel conforme lemos em Apoc. 7:5-8.

Observar que haviam quatro anjos retendo os ventos. O número quatro é um número simbólico que identifica uma ação relacionada com o mundo.

Com relação às marcas que os homens vão receber no período da tribulação, podemos distinguir três grupos de homens,
a) 144000 judeus assinalados com a marca de Deus (Apoc. 7:3 e Apoc. 9:4).
b) Os seguidores da besta marcados com a marca da besta (Apoc.13:16).
c) Os fiéis a Deus (exceto os 144000), não recebem qualquer marca (Apoc. 20:4).

O objetivo desses judeus serem assinalados por Deus é para que sejam preservados da morte durante a tribulação. Embora sofram as conseqüências e as aflições daquele período, serão conservados vivos durante todo o tempo (Apoc. 9:4)

Os 144000 assinalados foram protegidos da mesma forma que os hebreus no Egito quando aspergiram o sangue nos umbrais das portas e se livraram da morte dos primogênitos. É análogo também a Noé e sua família salvos do dilúvio (Gen. 6:17 e 8:21).

Neste ponto vamos abrir um parêntesis e analisar alguns textos bíblicos verificando que todos os habitantes da terra serão mortos até o final da tribulação.

No dia em que Jesus voltar para buscar sua igreja, todos que fizerem parte do arrebatamento irão desaparecer de sobre a terra, e a população do mundo irá diminuir bastante.

Em seguida, todos os fiéis a Deus que não receberem a marca da besta irão morrer martirizados pela besta, e a população da terra irá cair novamente (Apoc. 6:9-11).

Em um dos flagelos durante a tribulação, irá morrer a quarta parte da população (Apoc. 6:8).

Na seqüência da história morre mais um terço dos que restaram (Apoc. 9:18). Até este momento, basta fazer os cálculos para ver que mais da metade da população já foi extinta da terra em menos de sete anos.

Em um momento, durante um terremoto, morrem sete mil homens numa cidade (Apoc. 11:13), e a população continua diminuindo.

Enquanto esses flagelos acontecem, Deus continua dando oportunidade para os homens se arrependerem e se salvarem, porém a bíblia registra que ninguém se arrepende de seus pecados, de suas abominações e idolatrias (APOC. 9:20-21; APOC. 16:9; APOC. 16:11; APOC. 16:21), isto nos lembra a história de Faraó no Egito que não permitia a saída dos hebreus mesmo quando Moisés afligia o Egito com as pragas autorizadas por Deus.

Finalmente, quando Jesus volta com sua igreja, logo após a tribulação, encontra somente homens que não se arrependeram de seus pecados e diz a Palavra, que os demais foram mortos pela espada (palavra) que saia da boca de Jesus (Apoc. 19:21). Quando diz "os demais", é evidente que se trata de todo o resto, ninguém fica de fora, mesmo porque está registrado que ninguém se arrependeu.
Portanto, os únicos que permanecem vivos são os 144000 que foram assinalados para serem preservados da morte e que eram irrepreensíveis diante de Deus.

É fácil entender porque eles foram assinalados para permanecerem vivos. Vejamos:

Deus determinou que a terra sempre seria habitada pelos homens (Gen. 1:28). Determinou também que os homens teriam possessão da terra (Sal. 37:9-11; 37:29; 37:34; 115:16), se eles não tivessem sido preservados não haveria descendência para povoar e habitar a terra.

Porém o fato mais importante é a promessa de Deus a Abraão, de que ele seria pai de muitas nações e sua descendência iria possuir a terra para sempre (Gen 17:8). Se Deus não tivesse preservado esses 144000 judeus justos e obedientes a Jesus durante a tribulação, então a promessa a Abraão não poderia ser cumprida.

Mais tarde estudaremos sobre o Milênio, o reinado de Jesus na terra. Nesse período, a terra será tremendamente povoada, e quem irá povoar a terra serão exatamente esses 144000 judeus que foram preservados com essa finalidade, cumprindo assim a promessa de Deus para Abraão.

Da mesma forma, no milênio irá se cumprir o plano de Deus para com Jesus que veio também para reinar sobre o seu povo. Caso você tenha esquecido, reveja o capítulo IV sobre as Setenta Semanas de Daniel.

A Palavra de Deus trata desses 144000 como sendo o remanescente de Israel. Os judeus sempre foram perseguidos no mundo. Hitler tentou exterminar a raça judaica, chegou a assassinar 6 milhões de judeus mas mesmo assim Deus não permitiu que fossem exterminados

O Apostolo Paulo e Isaias falam sobre o remanescente de Israel, que se Deus não os tivessem preservados para a descendência, seriam exterminados ( Rom.9:27-29; Isa. 1:7-9; Isa. 10:20-26)

Sofonias também profetizou a respeito deles, dizendo que seriam fiéis (Sof. 3:13)

Jesus declarou que se os dias não fossem abreviados naquele tempo, nem mesmo os escolhidos conseguiriam se salvar (Mat. 24:22), e entendemos que Jesus estava falando do tempo da tribulação em relação aos 144000. Com respeito a abreviação, não se trata de encurtar os dias, mas se refere ao período da tribulação que será curto, cerca de apenas sete anos.

Em outra etapa da visão de João, quando ele estava posicionado na terra, ele viu novamente os 144000 assinalados, agora na terra junto com Jesus (Apoc. 14:1-5) cantando em louvor a Deus.

Nos versículos 4 e 5 desse texto, lemos que eles eram irrepreensíveis, não se contaminaram com mulheres e eram virgens. A tendência natural do nosso raciocínio nos leva a pensar imediatamente que se tratam apenas de homens, do sexo masculino pois não se contaminaram com mulheres. Precisamos lembrar que a mulher, quando mencionada como símbolo, representa uma igreja, e não somente a igreja de Cristo, mas pode representar também uma igreja ou melhor dizendo, uma seita satânica (ver Apoc.17:1; 17:4; 17:7-8; 17:18). Portanto, essa contaminação de que fala João, se refere a idolatria, a contaminação com outros Deuses. Sempre encontramos na Palavra de Deus a comparação do pecado da idolatria como uma prostituição ou um adultério (analise Jer. 3:1).

Além de tudo isso, já vimos que os 144000 irão povoar a terra no milênio o que seria impossível se fossem apenas homens do sexo masculino.

Com relação à quantidade de 144000, em se tratando de um livro escrito com muitos símbolos, a quantidade 144000 tanto poderia ser interpretada como literal como poderia ser simbólica. Esse número é um múltiplo de doze que simboliza os remidos. Poderia ser um grupo de 144000 misturados, homens, mulheres e crianças; poderia ser também 144000 homens mais 144000 mulheres; por fim poderia ser também uma quantidade qualquer de judeus, homens e mulheres, com as mesma características de fidelidade e talvez em iguais quantidades representativas da descendência de cada tribo.

Apenas por curiosidade, os almanaques de hoje trazem a estatística sobre Israel e verificamos que em 1995 a população de Israel era de 5.600.000 de habitantes, sendo 2,4% de cristãos, o que corresponde a 134.400 pessoas, ou seja, quase 144000:

Diante de tudo que foi exposto, verificamos que Deus escolheu e assinalou judeus, homens e mulheres fiéis a Jesus, para que não fossem mortos, e com isso, ficariam como "sementes" para povoar a terra durante o milênio, a exemplo do que aconteceu com Noé.
Finalmente Jesus, juntamente com a igreja, estará reinando sobre os judeus na terra cumprindo-se todas as profecias.



Capítulo 16


OS PRIMEIROS QUATRO SELOS
OS QUATRO CAVALEIROS

Até este momento da história, o cenário da tribulação está montado. A igreja santa subiu com Jesus, Satanás foi expulso dos céus e lançado na terra, surgem a besta e o falso profeta sob o domínio de Satanás e implantam o império da besta na terra, os 144000 judeus foram marcados por Deus e no céu, entre cânticos e louvores, Jesus, com o livro selado nas mãos está pronto para abrir os seus selos.

Neste instante iniciamos a descrição dos fatos que envolvem o período da tribulação. Este período, que deverá estar ao redor de sete anos de duração, estará dividido em duas partes. A primeira metade corresponde ao período da tribulação da igreja que não foi arrebatada. São os 3,5 anos em que a mulher, símbolo da igreja, estará no deserto (Apoc. 12:6 e 12:14).

Jesus falou sobre esse período quando ensinava aos seus discípulos (Mat. 24:1-14). Nesse ensinamento, Jesus enfatizou quatro fatos que irão marcar esse período, a saber: GUERRAS (Mat. 24:6); FOMES (Mat. 24:7); MORTES (Mat. 24:9) e MENSAGEM DO EVANGELHO DO REINO (Mat. 24:14).

Voltamos agora para o texto do livro de Apocalipse quando Jesus abre os primeiros quatro selos do livro. (Apoc. 6:1-8). Para cada um dos selos abertos, aparece um cavalo colorido simbolizando um fato que estará acontecendo no mundo. Esses cavalos com seus cavaleiros não simbolizam personalidades, mas sim fatos que estarão presentes durante todo o período da tribulação.

Observe também nos textos que falam sobre a abertura de cada um dos quatro selos, que a cada selo aberto um dos quatro seres viventes se apresenta para mostrar a João o que vai acontecer. São os quatro anjos representando as ações sobre a terra. Já vimos que o quatro simboliza fatos relacionados com a terra.

Ao abrir o primeiro selo, surge um cavalo branco cujo cavaleiro tinha uma coroa e saiu para vencer (Apoc. 6:1-2). O branco simboliza a paz, mas não significa que haverá paz na terra. O cavaleiro também não simboliza Jesus como muitos pensam. Esse cavalo com seu cavaleiro simbolizam a pregação do evangelho de que falou Jesus em Mat. 24:14.

Fazemos aqui uma observação. Jesus falou em EVANGELHO DO REINO (Mat. 24:14) em contraste com Atos.20:24 onde diz EVANGELHO DA GRAÇA. Existe uma diferença. Hoje estamos recebendo a mensagem do evangelho da graça de Jesus, a salvação gratuita e não merecida por nós. Hoje basta crermos e aceitarmos o sacrifício de Jesus para sermos salvos. Na época da tribulação, depois que a igreja já tiver sido retirada da terra, a salvação, para ser obtida, será às custas de perseguição, sofrimento e morte. O evangelho que será pregado será diferente. A salvação dependerá da fidelidade a Jesus, e da perseverança (Mat. 24:14) e será pregado o evangelho do reino milenar de Cristo. A terra estará sendo preparada para receber a Jesus como rei, e os santos estarão reinando com Jesus naquele tempo.

João teve outra visão a respeito do evangelho que será anunciado nesse tempo (ler Apoc. 14:6-13). Na visão simbólica, João viu anjos proclamando o evangelho, porém essa responsabilidade estará a cargo dos homens que estiverem se mantendo fiéis a Deus (Dan. 11:33).

Serão três a mensagens básicas:

1) TEMER A DEUS (Apoc. 14:7). - que é como hoje dar glórias a Deus.

2) DERROTAR O IMPÉRIO DAS TREVAS (Apoc. 14:8) que corresponde hoje ao poder dado à igreja para expulsar demônios e derrotar as trevas.

3) NÃO ADORAR A BESTA (Apoc. 14:9-11) que corresponde hoje a vida santificada.

Esse cavaleiro no cavalo branco saiu para vencer e realmente vencerá, pois muitos serão salvos nesse tempo. Veja os textos em Joel 2:31-32; Mat. 24:13; Apoc. 6:9-11; Apoc. 7:13-14; Apoc. 20:4. Todos estes textos falam sobre a salvação obtida pela igreja que não foi arrebatada, que ficou na tribulação e venceu a besta. É a mulher que foi alimentada no deserto de que trata o capítulo 12 do Apocalipse.

Portanto, enquanto a tribulação acontece na terra, o evangelho é anunciado para que os homens tenham a oportunidade para se salvarem.

Quando Jesus abre o segundo selo, aparece um cavalo vermelho, e ao cavaleiro foi dado que tirasse a paz da terra e para que os homens se matassem uns aos outros (Apoc. 6:3-4). Ao cavaleiro também foi dada uma espada, arma de ataque e de guerra. Esse cavalo vermelho então simboliza as guerras de que Jesus falou em Mat. 24:6).

O profeta Daniel também profetizou muito a respeito dessas guerras (ver Dan. 7:20-26; Dan. 8:20-25; Dan. 11:21-45).

Quando Jesus abriu o terceiro selo, surgiu um cavalo preto (Apoc. 6:5-6) e o cavaleiro tinha uma balança na mão. Esse cavaleiro anunciava: Uma medida de trigo por um denário, não danifiques o azeite nem o vinho.

Estas palavras pronunciadas pelo cavaleiro indicam alto custo e racionamento dos alimentos. Recomenda também para que haja economia e que não haja desperdício, pois haverá falta e escassez de mantimentos. Este cavalo simboliza a fome de que falou Jesus em Mat. 24:7.

Existem dois grandes motivos para que os homens passem fome nesse tempo. Um é o fato de que os homens que não tiverem a marca da besta não poderão comprar e nem vender, portanto, estarão impedidos de comprar alimentos onde quer que seja. Veja esse comentário na lição da besta e seu reinado. Outro motivo é a guerra que estará acontecendo. Todos nós sabemos que onde há guerra há escassez de alimentos e de energia.

Recentemente tivemos essa experiência aqui no Brasil, quando passamos por racionamento de gás e combustível em conseqüência da guerra que estava acontecendo no Golfo. Quem viveu os tempos da segunda guerra mundial também sabe das dificuldades que haviam em conseqüência da guerra.

A cor preta do cavalo está aqui simbolizando a fome, e curiosamente encontramos em Lamentações de Jeremias 5:10, a menção de que os homens tiveram suas peles enegrecidas por causa da fome. Alguns textos traduzem como enegrecidas, e outros traduzem como abrasada como um forno.

Portanto estamos vendo até aqui, que o período da tribulação já se compõe de guerras e fomes no mundo todo enquanto o evangelho é anunciado. Ao mesmo tempo os fiéis a Deus estão sendo perseguidos e mortos pela besta.

Finalmente Jesus abre o quarto selo. Surge um cavalo amarelo. O texto já diz que o seu cavaleiro se chamava morte e lhe foi dado poder para matar os homens pela guerra, pela fome e pelas feras da terra. Esse cavalo com seu cavaleiro portanto simbolizam as mortes de que falou Jesus em Mat. 24:9.

Veja bem as causas das mortes: A guerra anunciada pelo segundo cavaleiro, a fome anunciada pelo terceiro cavaleiro, e na visão João vê ainda mais duas causas, as pestes, ou seja, doenças e pragas que indiretamente são causas da guerra e fome, e ainda as feras da terra. Cremos que por causa desse caos total na terra, os animais selvagens estarão agitados e sem controle atacando os homens de forma descontrolada.

Podemos agora entender porque esse período é chamado de tribulação?

Veja bem, a igreja já não está presente na terra, não há pastores nem irmãos da igreja para nos ajudar, o Espírito Santo também não está atuando como hoje, como nosso consolador, Satanás estará agindo livremente na terra usando dois homens ditadores e carrascos. Os fiéis sendo perseguidos e mortos no meio de muita guerra, fome, pestes, doenças, terremotos, incêndios, e animais selvagens por todo lado. Jesus mesmo falou que a angústia e a aflição desses dias serão tão grandes como nunca houve e nunca haverá na face da terra (Mat. 24:21). Sugerimos que você leia novamente todo o capítulo 24 de Mateus, onde Jesus relata a tribulação daqueles dias.

Neste ponto do estudo, exortamos para que medite muito sobre isso. Alguém uma vez me disse que sendo assim teríamos uma segunda chance de salvação. Será mesmo uma segunda chance? Vale a pena? E para quem já tiver morrido antes desse período, onde estará essa chance? Se alguém pensar nisso como segunda chance, será que esse alguém terá condições de suportar essa aflição toda?

Por isso é importante DECIDIRMOS HOJE pela aceitação do evangelho da GRAÇA, e não somente isso, mas também decidirmos por uma VIDA SANTA E IRREPREENSÍVEL DIANTE DE DEUS, para que possamos participar do arrebatamento da igreja. Temos que estar dentro da arca de Noé enquanto o dilúvio acontece na terra.



Capítulo 17


QUINTO E O SEXTO SELO
A CEIFA E A VINDIMA

No capítulo anterior estudamos sobre o período da tribulação da igreja que não foi arrebatada. As profecias indicam que esse período tem uma duração de três anos e meio (Apoc. 12:6,14).

No final desses três anos e meio, todos os que não tiverem recebido a marca da besta e perseveraram fieis a Jesus, já terão morrido, martirizados pela besta.

Este é o momento no plano de Deus de executar a ceifa e a vindima. É sobre isso que vamos estudar nesta lição. Os textos referentes a ceifa e vindima estão em Apoc. 14:14-16; Apoc. 6:9-11; Apoc. 14:17-20 e Apoc. 6:12-17.

A ceifa está representada quando Jesus abre o quinto selo e a vindima quando Jesus abre o sexto selo.

Vamos explicar o que significam ceifa e vindima.

CEIFA - É o ato de cortar com uma foice o cereal (arroz, trigo, etc...) que está no ponto de ser colhido para o consumo. Em outras palavras, é recolher o cereal maduro e pronto para o consumo. No sentido figurado também significa mortandade.

VINDIMA - É a colheita das uvas que serão pisadas para o fabrico do vinho. Antigamente, e ainda hoje em alguns lugares do mundo, as uvas depois de colhidas são colocadas em grandes tanques, onde os escravos ou empregados das fazendas ficam descalços e pisam aquelas uvas para extrair o suco. O pisotear das uvas extraem o suco que é recolhido para fabricar o vinho.

A ceifa no Apocalipse está simbolizando a morte e o recolhimento dos fiéis que não receberam a marca da besta. E a vindima representa o juízo de Deus que será derramado sobre a terra e sobre os homens logo em seguida, o que é representado pelo pisar das uvas.

A ceifa encerra o período da tribulação da igreja e a vindima inicia o segundo período da tribulação mais intenso quando a igreja vencedora já não está mais presente. Neste segundo período só existem no mundo os que receberam a marca da besta e os 144000 judeus selados por Deus e fiéis a Jesus.

Tanto a ceifa como a vindima, João viu cada uma delas duas vezes em suas visões, uma vez estando no céu e outra vez estando na terra.

A CEIFA VISTA DA TERRA (Apoc. 14:14-16).

Estando na terra, João viu um anjo sentado sobre uma nuvem, e em sua mão havia uma foice afiada. Em seguida um outro anjo saiu do santuário e ordenou ao anjo que estava nas nuvens, que lançasse a foice na terra para a ceifa, pois a seara da terra já estava madura.

Isto significa que os homens que estavam perseverando na fidelidade a Deus já estavam no ponto de serem recolhidos ao paraíso de Deus. O ato do anjo lançar a sua foice simboliza a morte desses homens e o recolhimento ao céu diante de Deus.

Evidentemente, este ato de ceifar não se dará uma única vez, mas será sucessivo e a ceifa estará acontecendo durante todo o período até completar o numero dos salvos (ver Apoc. 6:11).

A CEIFA VISTA DO CÉU (Apoc. 6:9-11).

Quando João estava posicionado no céu, no momento em quem Jesus abria o quinto selo, em sua visão ele viu as almas dos que haviam sido mortos pela besta na terra. As almas desses homens clamavam por vingança e foi lhes dito que esperassem mais um pouco de tempo até que se completassem o número dos que ainda iriam morrer, ou seja, iriam ser ceifados. Nesse momento a ceifa já estava acontecendo.

Mais tarde, depois de completada a ceifa, João viu as almas de todos os homens mortos diante do trono de Deus. Estavam junto ao mar de vidro, que já vimos ser as almas dos que foram salvos no período do antigo testamento antes de Jesus ( Apoc. 15:2).

Agora que a ceifa está completa, inicia-se a vindima, o juízo de Deus sobre a terra e sobre os homens.

A VINDIMA VISTA DA TERRA (Apoc. 14:17-20).

Da mesma forma como na ceifa, João viu um anjo com uma foice afiada e outro anjo dando ordens para vindimar os cachos de uva, ou seja, colher as uvas.
Porém a ordem logo após a colheita era para que as uvas fossem lançadas no lagar (tanque onde as uvas são pisadas).
Está escrito que o lagar foi pisado e saiu sangue do lagar até a altura de um cavalo e no espaço de mil e seiscentos estádios, que correspondem a 288 quilômetros,.

Isto serve para termos uma idéia de quão intensa será a tribulação nesses dias.

A VINDIMA VISTA DO CÉU (Apoc. 6:12-17).

Estando no céu, João viu Jesus abrindo o sexto selo, e o que ele presencia nesse momento, é exatamente a conseqüência da mesma visão do anjo vindimando as uvas.

João vê acontecerem terremotos, abalos na terra e no céu. O sol fica encoberto tudo escurece como nos dias de grandes tempestades. Ilhas e montanhas desaparecem de seus lugares.
Todos os homens, sem exceção, passam por desespero a ponto de desejarem a morte. Eles pedem que os montes caiam sobre eles para fugirem da ira de Deus.

Da mesma forma como a ceifa, a vindima estará acontecendo durante o restante do período da tribulação. Não se trata de um único fato acontecendo em um só instante.

Este segundo período também está dividido em duas partes, na primeira, acontecem abalos na terra e nos céus, e na segunda, quando a tribulação atinge o seu ápice, os juízos caem sobre os homens, no momento do toque das três últimas trombetas e derramar da três últimas taças. Isto estudaremos mais tarde em outra lição.

CONCLUSÃO

O estudo deste período de tribulação no Apocalipse é realmente bastante tenebroso e drástico. Mas não poderia deixar de ser diferente, pois Jesus afirmou que esse tempo será tão terrível que nunca houve igual.

É a conseqüência da ira de Deus sendo derramada sobre os homens rebeldes.

Infelizmente a grande maioria dos homens hoje não se preocupam em entender a Palavra de Deus e não se importam em obedecer a Deus. Continuam a se rebelar contra o Criador, continuam com suas idolatrias e brincam com Deus sem saber o que lhes esperam.

Deus é misericordioso e longânime. Ele está nos dando tempo para nos arrependermos e obedecermos a sua Palavra. Deus é também amor, e porque ele nos ama é que está nos dando esse tempo. Porém, um dia o tempo de Deus vai terminar e ele vai dizer: "BASTA" .

Deus esperou cem anos para que os homens se arrependessem antes de mandar o dilúvio, foi esse o tempo que Noé demorou para construir a arca, e nesses cem anos ninguém se arrependeu até que veio o dilúvio e consumiu a todos.

Hoje as coisas não são diferentes. Já fazem dois mil anos que Deus está dando tempo aos homens para que se arrependam e aceitem a salvação oferecida por Jesus. O tempo vai acabar. Jesus virá para buscar aqueles que ouviram a voz de Deus e AI dos demais que insistem em virar as costas para Deus.



Capítulo 18


SÉTIMO SELO - TROMBETAS E TAÇAS
RETRATO DA TRIBULAÇÃO

Lembramos que este estudo está sendo desenvolvido seguindo uma seqüência cronológica dos fatos que deverão suceder desde a era da igreja até o final dos tempos.

Estamos agora no momento em que a igreja já não está mais na terra. No mundo só existem homens que são seguidores de Satanás, pois adoram a besta, e há também os 144000 judeus com o sinal de Deus, os que irão sobreviver durante esse período para poderem povoar a terra no milênio.

Na terra não existe a igreja, não existe a Bíblia, a Palavra de Deus (Amos 8:11), não há a consolação do Espírito Santo.

Só existe a ação de Satanás, a opressão do anticristo, do falso profeta, além do juízo de Deus caindo sobre a terra e sobre os homens, abalos nos céus e na terra, terremotos, vulcões, incêndios, guerras, tempestades, meteoritos do céu caindo sobre a terra, rios e mares.

Jesus já abriu os seis primeiros selos do livro. O período que se segue corresponde ao sétimo selo. Estamos agora na metade da septuagésima semana que profetizou Daniel (Dan. 9:27).

Este período de aproximadamente três anos e meio, é também chamado nas profecias de DIA DO SENHOR. Existem muitas expressões nas profecias citando O DIA DO SENHOR. Muitos interpretam como sendo o domingo, porque guardamos o domingo como sendo o dia do Senhor, porém, com todo respeito aos que assim interpretam, vemos que as escrituras são bem claras ao mencionar DIA DO SENHOR como sendo o dia do juízo de Deus, identificando-se plenamente com o período da tribulação. Não se trata aqui de um dia de vinte e quatro horas, mas um período de tempo identificado como O DIA DA IRA DE DEUS.

Leia o texto de Isaias 13:6-22 onde o profeta faz uma descrição do DIA DO SENHOR.
Isaias fala de dores e ais confirmado em Apoc. 8:13. Os homens não verão a luz do sol nem da lua e estrelas. Sobre isso vamos falar mais em detalhes em outro capítulo.
Isaias fala também que o céu estremecerá e a terra se moverá de seu lugar. Veremos também mais tarde, que toda superfície da terra será alterada. Não haverá mais montanhas nem precipícios e nem mares no meio dos continentes. Haverá saques, matanças e violências contra todos, inclusive mulheres e crianças. Os animais ferozes invadirão as casas e atacarão os homens. Isto é fácil de entender, pois haverá muitos incêndios nas florestas e evidentemente os animais entrarão nas cidades fugindo do fogo.

Jesus também fez uma descrição desse tempo em Mateus 24:15-28.
No capítulo 24 de Mateus Jesus fala sobre todo o período da tribulação, sendo que nos versículos 1 a 14 se refere ao primeiro período quando a igreja estará sendo perseguida pela besta. Nos versículos 15 a 28 Jesus se refere ao segundo período correspondente ao sétimo selo, e nos versos 29 a 35 Ele fala sobre a sua volta no final da tribulação. No restante do capítulo Jesus se dedica à exortação para a vigilância.

Queremos aqui fazer um destaque com relação ao versículo 28 quando Jesus disse que onde estiver o cadáver aí se ajuntarão os abutres. O que tem haver cadáver, abutre, com tribulação?

É fácil de entender. Naqueles dias de tribulação a quantidade de mortos será imensa, principalmente no final quando Jesus voltar e aniquilar todos os homens na batalha do Armagedom (Apoc. 6:8; Apoc. 9:18; Apoc. 19:21).

A quantidade de mortos será tão imensa que será impossível sepultar a todos (Isa. 26:21).

Para que a terra seja limpa Deus irá convocar todas as aves de rapina e animais ferozes para se alimentarem das carnes dos cadáveres, tanto de homens como de animais (Apoc. 19:17-18; Ezeq. 39:4).

O profeta Sofonias também faz uma descrição do DIA DO SENHOR, o dia da tribulação de uma forma tão clara que nos parece estar vendo as coisas acontecerem. Leia Sof. 1:1-18. Neste texto fica patente a ira de Deus contra os homens por causa da iniqüidade que atinge o limite extremo.

O SÉTIMO SELO

Esta cena também é vista duas vezes por João. Uma vez do céu e outra da terra.

Do céu (Apoc. 8:1-6), João vê a abertura do sétimo selo. Faz-se silêncio no céu por quase meia hora. É um momento de expectativa, pois o fim está chegando. Nesse instante João vê sete anjos com sete trombetas para serem tocadas. Ao mesmo tempo um outro anjo com incensário contendo as orações dos santos (as orações podem ser vistas em Apoc. 6:10) e o fogo do altar, derrama sobre a terra. Então são ouvidas Vozes, Relâmpagos e Trovões, os quais, como já estudamos, representam o derramar da ira de Deus sobre a terra.

Observe que nesta visão os anjos com as trombetas e o anjo com a taça são vistos juntos na abertura do sétimo selo. Fica portanto bem claro que as sete trombetas e as setes taças são a mesma coisa e representam os mesmos juízos, sendo que as trombetas são vistas no plano do céu e as taças no plano da terra. Isto ficará mais claro quando estudarmos as ações das trombetas e taças. Veremos que as conseqüências de uma e outra são exatamente iguais.

Da terra João vê os anjos com as taças que serão derramadas na terra (Apoc. 15:1,5-8; Apoc. 16:1). Algumas bíblias traduzem taças como salvas. É a mesma coisa.

O tocar das sete trombetas e o derramar das sete taças representam as sete últimas pragas, ou juízos de Deus sobre a terra. No céu um anjo toca uma trombeta como que anunciando algo que vai acontecer. João vê as conseqüências imediatas estando ainda no céu. Porém, ao mesmo tempo que o anjo toca a trombeta, outro anjo derrama uma taça e João também vê as conseqüências no plano terrestre.

Alguns interpretes ensinam que os sete selos são sete pragas, as sete trombetas são mais sete pragas e as sete taças são mais sete pragas totalizando 21 pragas no apocalipse. Não é isso que vemos neste estudo. Na verdade só vemos sete juízos de Deus sendo derramados na terra, representados pelas trombetas e taças juntas, enquanto que os sete selos são apenas situações e conseqüências que envolvem o período da tribulação.

Vimos que o livro que Jesus está abrindo tem sete selos, seria como que tivesse sete páginas, e na ultima página (sétimo selo), seria como que tivesse sete capítulos representados pelas sete trombetas e taças.

Como sempre, mesmo sendo um período de grande ira de Deus, o amor de Deus permanecerá presente, e através desse amor, Deus continuará dando oportunidade para que os homens se arrependam. Como já não há nenhum fiel na terra além dos 144000 judeus assinalados, Deus irá mandar dois homens para anunciar a mensagem da salvação, são as duas testemunhas que estudaremos em outra lição.

Podemos notar que o amor de Deus não anula sua justiça, como também a justiça de Deus não anula o seu amor. Deus não deixa de amar os homens como também não deixa de aplicar sua justiça.

Mesmo com Deus dando oportunidades e aplicando o castigo, os homens não se arrependem de suas iniqüidades, e durante esse tempo vemos que não há registro de arrependimento e nem se salvação. Leia Apoc. 9:20-21; Apoc. 16:9; Apoc. 16:11; Apoc. 16:21.

Há apenas uma exceção de homens dando glórias a Deus em Apoc. 11:13, porém temos que lembrar que ali estarão os 144000 fieis a Jesus, e provavelmente só poderiam ser eles os que davam glórias a Deus.



Capítulo 19


O LIVRINHO COMIDO POR JOÃO
AS DUAS TESTEMUNHAS


Antes de iniciarmos o estudo das trombetas e taças, vamos estudar dois fatos importantes que se encontram inseridos no meio da visão de João. O primeiro é o anúncio de que o fim está próximo e a promessa de Deus está prestes a se completar, e o outro, é a mensagem de salvação que continuará sendo anunciada por Deus aos homens.

O LIVRINHO COMIDO POR JOÃO

O profeta Daniel certa vez teve uma visão profética (Dan. 12:7). Ele viu um homem vestido de linho e estava sobre as águas do rio. Este homem levantou a sua mão ao céu e fez um juramento dizendo que depois de três anos e meio, quando todo o povo santo tiver sido morto, a promessa de Deus estará cumprida.

E de fato, no apocalipse já vimos que na primeira metade do período, os que permaneceram fiéis a Deus foram martirizados pela besta, e agora faltam ainda mais três anos e meio, que é o segundo período para terminar a tribulação. Aqui estamos vendo as profecias de Daniel concordando com a visão de João no apocalipse.

O profeta Ezequiel também teve uma outra visão (Ezeq. 2:8-10 e Ezeq. 3:1-3). Ezequiel viu uma mão que entregava a ele um livro e ordenando que ele comesse aquele livro. O livro estava escrito por dentro e por fora e continha suspiros e ais. Ezequiel comeu aquele livro e a sua boca ficou doce como o mel.

Combinando essas duas profecias, vemos um anjo com aquele livro que era o mesmo livro que Jesus tinha na mão, selado com sete selos, e que continha o plano de toda tribulação para cumprimento das profecias. O homem de pé no rio, disse que só faltavam três anos e meio para cumprir o que estava escrito no livro. Quando profeta comeu aquele livro, estava simbolizando exatamente o fim do cumprimento das profecias. O fato da boca ficar doce, simboliza o resultado feliz do fim da tribulação, para os santos, evidentemente.

Agora vamos ver estas mesmas visões proféticas no apocalipse, vistas e escritas por João. Leia o texto em Apoc. 10:1-10 e observe a sintonia com as profecias de Daniel e Ezequiel.

João viu um anjo descendo do céu com um livrinho aberto na mão. Nessa altura, Jesus já tinha aberto o livro e retirado os sete selos. O anjo posicionou-se com um pé sobre o rio e outro pé sobre a terra, veja que a visão combina com as visões de Daniel e Ezequiel.
A posição do anjo com um pé na terra e outro no rio, simboliza uma posição de tomada de posse, estava chegando a hora em que o homem iria receber de Deus, pelos méritos de Jesus, a posse definitiva da terra que ele havia perdido no jardim do Éden quando Adão pecou.

Naquela hora Deus falou alguma coisa que João foi proibido de escrever (Apoc. 10:3-4). Existe algo para acontecer nesse tempo que Deus não permite que chegue ao nosso conhecimento, Deus também selou essas palavras com Daniel (Dan. 12:9).

E o anjo, na visão de João, também disse que o tempo para cumprimento da profecia estava próximo. Logo que o anjo tocasse a última trombeta, então tudo estaria cumprido, e é exatamente isso que veremos acontecer quando os anjos tocarem suas trombetas. Da mesma forma como aconteceu com Ezequiel, João comeu o livrinho e a sua boca ficou doce como o mel, simbolizando o final feliz para os santos, porém o seu ventre ficou amargo, simbolizando a amargura por que passarão os homens rebeldes a Deus.

Portanto a visão do livrinho comido por João, simboliza o fim do cumprimento das profecias, quando todo plano escrito no livro já estará completado, quando a iniqüidade entre os homens estará extirpada, quando a terra estará definitivamente na posse dos homens, e então Jesus estará sentando no trono de Davi, como anunciou o anjo a Maria (Lucas 1:32-33).

AS DUAS TESTEMUNHAS

Temos ensinado neste curso, que Deus sempre está dando oportunidade aos homens para que se arrependam e se salvem. Nunca Deus deixou de dar essa oportunidade aos homens.

Estamos estudando o segundo período da tribulação onde os homens estão todos marcados pela besta e adorando a sua imagem. Como esses homens não podem anunciar a mensagem de salvação, então Deus manda dois homens, os quais são chamados de suas testemunhas, para que eles sejam os porta-vozes da mensagem de salvação (Apoc.11:1-13).

A visão começa com um anjo dando a João uma cana semelhante a uma vara para medir o santuário. A cana é um instrumento de medição e a vara é um instrumento de punição. As duas testemunhas irão ao mesmo tempo anunciar a mensagem, julgar e castigar os homens nesses três anos e meio. O versículo 3 diz que as duas testemunhas terão poder durante mil duzentos e sessenta dias, que correspondem aos três anos e meio que faltam para terminar o período da tribulação.

Deus dá a esses homens, autoridade total e os mantém imunes durante esses anos (Apoc. 11:5-7). O poder que eles receberão de Deus será semelhante aos poderes dados a Moisés no Egito, e também a Elias, assim, eles poderão fazer chover, ou parar de chover, poderão ordenar terremotos e estouro de vulcões, enfim farão o que quiserem para castigar os homens que não ouvirem a mensagem de Deus para a salvação, tal como Moisés fez com o Faraó (Apoc. 11:6).

Quando terminarem os três anos e meio, Deus irá permitir que a besta mate essas duas testemunhas, e os seus corpos ficarão insepultos na praça durante três dias e meio. Eles afligiram tanto os homens com suas pragas, que agora os homens vendo-os mortos, fazem festas e chegam a trocar presentes entre si (Apoc. 11:9-10).

Depois dos três dias e meio, Deus faz com que esses dois homens ressuscitem e sejam elevados ao céu junto de Deus. Vendo isto os homens ficam atemorizados, acontece um terremoto e morrem sete mil homens na cidade. As duas testemunhas estarão ativas durante os três anos e meio da tribulação, porem a morte delas ocorrerá após o soar da sexta trombeta.

QUEM SERIAM ESSAS DUAS TESTEMUNHAS?

Muitos acreditam e ensinam que esses dois homens são Moisés e Elias, porque foram estes dois que apareceram junto com Jesus no monte onde houve a transfiguração. Nós não podemos crer e nem aceitar que um deles seja Moisés, apesar de que Moisés tenha feito os mesmos milagres no Egito e apareceu junto de Jesus, pelo simples fato de que Moisés morreu (Deut. 34:7-8). Acabamos de ver que as duas testemunhas também morreram, portanto Moisés não poderia nascer e morrer duas vezes. A Palavra de Deus ensina que aos homens está destinado morrer uma vez (Hebr. 9:27).

Em Apoc. 11:4, João identifica essas duas testemunhas como sendo as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante de Deus. O profeta Zacarias fala sobre essas duas oliveiras diante de Deus (Zac. 4:2-3 e Zac. 4:11-14). Quando Zacarias pergunta quem são essas duas oliveiras, Deus responde dizendo que são os dois ungidos que assistem junto ao Senhor.

Não encontramos ainda qualquer menção na Bíblia que possa identificar com absoluta segurança quem possam ser essas duas testemunhas. Apesar disso, pelo que encontramos nas escrituras, poderíamos concluir, com reservas, que poderiam ser Elias e Enoque pelas seguintes razões:

Elias e Enoque foram os únicos homens que não morreram, mas foram arrebatados ao céu estando vivos (veja os textos em Gen. 5:24; Hebreus 11:5; 2Reis 2:11). Eles, que hoje estão diante de Deus sem terem experimentado a morte, poderão voltar a terra como testemunhas do Senhor para falar aos homens. E depois seriam então mortos para em seguida serem ressuscitados da mesma forma que a igreja.

Pode também fazer sentido, o fato de que Enoque estaria representando o povo antediluviano, pois viveu naquela época, e Elias representando o povo judeu vivendo debaixo da lei. E no céu já estaria a igreja de Jesus que é o outro povo representativo de Deus da era da graça.
Convém observar que Enoque também foi profeta e profetizou fatos relativos à volta de Jesus com a igreja e a própria tribulação. Ver Judas. 14-16.
Nós cremos que as duas testemunhas sejam Elias e Enoque pelas razões acima expostas.



Capítulo 20


OS FENÔMENOS NA NATUREZA
AS QUATRO PRIMEIRAS TROMBETAS E TAÇAS
A TERRA TRANSFORMADA

No capítulo anterior fizemos um parêntesis para mostrar dois fatos inseridos no contexto da última etapa da tribulação, agora estaremos continuando o mesmo assunto iniciado com a lição 18. Vamos ver o que vai acontecer nestes três anos e meio quando os anjos tocarem as sete trombetas e derramarem as sete taças na terra.

Queremos antes dar algumas explicações sobre alguns fenômenos que irão acontecer. Veremos que no apocalipse fala de sol escurecendo, estrelas e tochas de fogo caindo sobre a terra e coisas semelhantes.

Temos que lembrar sempre que as visões de João são simbólicas e para entender é necessário interpretar casa caso. Deus criou os céus e a terra e estabeleceu algumas leis que regem a sua própria criação, é o que os homens chamam de leis da natureza. Deus irá usar suas próprias leis já criadas sobre a natureza para executar tudo aquilo que para nós é considerado um fenômeno.

Por exemplo, quando no Apocalipse está escrito que o sol escurecerá, não significa que o sol irá desaparecer ou apagar como se apaga uma lâmpada. Se o sol se apagasse, imediatamente a terra se transformaria em uma bola de gelo e acabaria com toda vida nela existente, além do mais, sabemos que o calor na terra irá aumentar, veremos também que depois da tribulação a terra será repovoada no milênio, portanto o sol não irá e nem poderá terminar ou se apagar. Como então explicar onde está escrito que o sol não dará sua luz? A resposta está em Isaias 5:30 e em Joel 2:2 onde nos mostra que os dias serão escuros por causa das densas nuvens escuras que cobrirão a luz do sol. Leia os seguintes textos: Isa. 13:10; Isa. 24:23; Joel 2:10.

Com relação às estrelas caindo sobre a terra. Também não podemos pensar que sejam aquelas mesmas estrelas que vemos no céu todas as noites pelas seguintes razões:
Essas estrelas são astros iguais ao sol com temperaturas elevadíssimas, são enormes, algumas são milhões ou bilhões de vezes maiores que a terra, e estão a distâncias surpreendentes da terra, de tal forma que se a estrela mais próxima se deslocar em direção à terra numa velocidade supersônica, levaria mais de 4000 anos para chegar até aqui. Portanto é impossível que uma estrela caia na terra. Seria como que uma melancia caindo sobre um grão de uva, ou uma tocha de balão acesa caindo sobre uma formiga. Portanto essas estrelas que João viu caindo sobre a terra são chuvas de meteoros de grande intensidade o que é normal acontecer nos dias de hoje, porém em menor escala.

Como já dissemos, as trombetas e taças representam o mesmo fato. João viu no céu os anjos tocarem as trombetas e depois viu na terra as conseqüências com o derramar das taças. Observe neste capítulo as semelhanças nas conseqüências entre cada trombeta e cada taça.

Da mesma forma que os quatro primeiros selos representaram ações na terra, visto que o número quatro simboliza fatos relacionados com o mundo, as quatro primeiras trombetas e taças também marcam ações dirigidas diretamente na terra.

PRIMEIRA TROMBETA / TAÇA

Do céu João viu o anjo tocar a primeira trombeta (Apoc. 8:7). Ele viu fogo sendo lançado na terra que incendiou a terça parte da mesma, queimando a terça parte de toda a vegetação e floresta.

Da terra João viu o anjo derramar a primeira taça (Apoc. 16:2) e os homens que adoravam a besta foram atacados por uma chaga maligna. Não há a menor dúvida de que essa chaga foi provocada pelas queimaduras dos incêndios. Observe também que somente os homens com a marca da besta é que foram atingidos. Lembre-se de que os 144000 judeus assinalados por Deus e fiéis a Jesus estavam na terra, mas eles não foram atingidos.

SEGUNDA TROMBETA / TAÇA

Do céu João viu o anjo tocar a segunda trombeta (Apoc. 8:8-9). Ele viu então algo parecido com um monte com fogo caindo no mar, a terça parte do mar, com seus peixes e navios foram destruídos. Essa coisa parecida com um monte era sem dúvida um grande meteoro caindo do céu. Este é um fenômeno que acontece todos os dias, porém os meteoros que hoje caem na terra são pequenos, mas nesse dia será um grande meteoro que causará estrago em um terço do mar.

Da terra João viu o anjo derramar a segunda taça (Apoc. 16:3). Como conseqüência ele viu as águas do mar tornarem-se vermelhas como sangue e viu que morreram todas as vidas que haviam no mar. Aqui parece ter uma contradição, pois na trombeta ele viu a destruição de um terço do mar e na taça ele disse que morreram todas as almas do mar. Na verdade não há contradição, pois do céu, em plano mais elevado ele teve uma visão ampla e viu que somente uma terça parte foi destruída, porem estando na terra, ele viu somente a destruição local onde ele estava, e naquele local a destruição foi total. Nesse momento ele não podia ver o resto do mundo.

TERCEIRA TROMBETA / TAÇA

Do céu João viu o anjo tocar a terceira trombeta (Apoc. 8:10-11). E viu algo como uma estrela caindo nos rios e fontes de águas. O nome dessa tocha de fogo era Absinto, que é o nome de uma planta de sabor amargo e muito tóxica. Como conseqüência a terça parte dos rios e fontes de águas ficaram contaminados e muitos homens morreram envenenados. Neste caso, essa tocha de fogo também poderá ser um outro meteoro, ou talvez um pequeno cometa.

Da terra João viu o anjo derramar a terceira taça (Apoc. 16:4-7). Como não podia deixar de ser, ele viu que as águas dos rios e fontes ficaram vermelhas como sangue, e o anjo que controlava as águas dos rios louvou a Deus pela sua justiça.

QUARTA TROMBETA / TAÇA

Do céu João viu o anjo tocar a quarta trombeta (Apoc. 8:12). Agora o juízo cai nos astros do céu provocando conseqüências na terra. O sol, a lua e as estrelas perdem uma terça parte do seu brilho, conseqüência de nuvens negras sobre a terra e muita fumaça e poluição.

Da terra João viu o anjo derramar a quarta taça (Apoc. 16:8-9). Provavelmente as chuvas serão escassas, pois as duas testemunhas estarão comandando as forças da natureza e como conseqüência da grande poluição, a terra será como uma grande estufa, e o calor do sol irá aumentar a níveis insuportáveis.

AS TRANSFORMAÇÕES NA TERRA

Vimos até aqui que as quatro primeiras trombetas / taças atingiram a vegetação, o mar, os rios e o clima na terra, e com isso todos os homens estão sofrendo as conseqüências. Procure imaginar: Muitos incêndios por toda parte, florestas sendo destruídas, nuvens negras no céu, muita poluição, mar poluído com um terço dos peixes mortos, os rios com águas contaminadas com veneno e o calor insuportável. Você consegue imaginar a situação dos homens nesse período de tribulação? E não é só isso, tudo vai piorar ainda mais, visto que os homens não se arrependem e blasfemam contra Deus (Apoc. 16:9). Veja agora como ficará a terra no final.
Os continentes se unirão. No início da criação, as águas estavam juntas em um lugar e havia uma só porção seca (Gen1:1-10). Hoje se examinarmos um mapa mundi, podemos perceber que os continentes algum dia se afastaram. Note que as costas das Américas se encaixam exatamente nas costas da África e Europa, e os demais continentes parecem que sofreram uma explosão espalhando-se em pedaços. Está escrito que a terra irá estremecer e se juntarão (Isa. 41:5).
A terra se tornará como uma planície, todos os montes e precipícios desaparecerão. Leia os seguintes textos que confirmam esse fato: Isa. 40:4; Zac. 14:10; Apoc. 16:20; Isa. 24:1; Isa. 13:13; Isa. 24:13; Isa. 24:18; Isa. 24:20.
Não haverá mares. Como conseqüência do ajuntamento dos continentes e da transformação da superfície da terra em planície, os mares deixarão de existir. Leia Apoc. 6:14; Apoc. 16:20; Apoc.21:1. Por causa dessa transformação, os moradores das cidade litorâneas irão sofrer as conseqüências. Leia Sofonias 2:5-6.
Tudo será mudado. Esta terra que hoje conhecemos e o céu que vemos serão todos transformados e mudados em um novo céu e uma nova terra sem as marcas da maldição. Leia 2Pedro 3:10; Mat. 24:35; Apoc. 21:1.
Cremos ainda que provavelmente o eixo da terra, que hoje está inclinado em relação ao sol, seja verticalizado. No estudo do milênio veremos ainda que não haverá dia com sol intenso nem noite que seja totalmente escura. Tudo indica que haverá nuvens constantes nos céus mantendo a claridade e a temperatura suaves e próprias à vida, sem calor e sem frio intensos.



Capítulo 21


AS ÚLTIMAS TRES TROMBETAS / TAÇAS
A BATALHA DO ARMAGEDOM

Até aqui, com as primeiras quatro trombetas/taças, foram atacados os elementos da natureza, e evidentemente os homens sofreram com isso, porém agora o juízo de Deus cairá diretamente sobre os homens, e um anjo se lamenta dizendo: "ai dos homens que habitam na terra por causa das outras três trombetas que irão tocar" (Apoc. 8:13). As aflições agora serão mais intensas do que as que ocorreram antes.

Quanto ao reinado da besta, começa agora o seu declínio e a lamentação sobre a terra está escrita no capítulo 18 do Apocalipse.

Um anjo anunciou que caiu a grande Babilônia a cidade que se tornou a morada dos demônios e ninho das prostituições.

Temos que destacar uma voz vinda do céu com uma mensagem para cada um de nós nos dias de hoje (Apoc. 18:4). A mensagem é para que saiamos da cidade de Babilônia para não sofrermos as pragas que irão cair sobre ela. Isto, traduzido, significa que devemos nos afastar das idolatrias, das prostituições, das iniqüidades e de tudo quanto seja abominação contra nosso Deus. Esta tem sido a mensagem de Deus desde a criação, no entanto, muitos não dão crédito às Palavras de Deus e o resultado é este que estamos vendo acontecer no apocalipse.

A QUINTA TROMBETA / TAÇA

No céu João viu o anjo tocar a quinta trombeta (Apoc. 9:1-12). Nesta visão João viu uma estrela caindo do céu com a chave do poço do abismo. Não se trata de uma estrela, astro como o sol. A estrela também simboliza anjo (Apoc. 1:20), e neste caso se trata de um anjo com a chave do abismo onde se encontram os demônios. Este anjo abriu o poço do abismo de onde saíram gafanhotos com ferrões como dos escorpiões. Eles representam os demônios que são soltos do abismo para atacarem os homens. Eles recebem ordens para que ataquem somente os homens que não tem o sinal de Deus (Apoc. 9:4), ou seja, os 144000 que tem o sinal de Deus não são atacados. Esses demônios irão atormentar os homens durante cinco meses sem provocar a morte. O sofrimento será tão intenso que os homens desejarão a morte, mas não conseguirão morrer (Apoc. 9:5-6,10). Diz ainda o texto que esses gafanhotos, que eram demônios, tinham um chefe chamado Abadom, em hebreu, e Apolion, em grego (Apoc. 9:11).

É curioso notar que se o espaço de tempo entre cada trombeta for de seis meses em média, teríamos no total, sete períodos de seis meses cada um totalizando quarenta e dois meses que é o tempo desse período de tribulação, e estamos vendo que o flagelo da quinta trombeta tem uma duração de cinco meses.

Na terra, João vê o anjo derramar a quinta taça (Apoc. 16:10-11). O resultado é a visão dos homens seguidores da besta se contorcendo com chagas e dores insuportáveis. Tamanho é o sofrimento que eles blasfemavam contra Deus e nem mesmo assim se arrependiam de suas iniqüidades.

Este é o primeiro ai (Apoc. 9:12).

A SEXTA TROMBETA / TAÇA

No céu João viu o anjo tocar a sexta trombeta (Apoc. 9:13-21). Um novo exército de demônios ataca os homens, agora provocando guerras e mortes, quando morre a terça parte dos homens na terra. O cenário é o rio Eufrates, que ainda existe nos dias de hoje, onde será a via de acesso para a grande batalha do Armagedom. Esses demônios atacam e matam uma grande quantidade de homens e congrega os demais para a batalha contra Jesus e sua igreja, que logo estará voltando à terra. Mesmo ainda com essa praga os homens não se arrependem (Apoc. 9:20-21).

Na terra João viu o anjo derramar a sexta taça (Apoc. 16:12-16). O rio Eufrates se seca para servir de via de acesso aos que irão ao encontro de Jesus para lutar contra ele. Simbolicamente, João vê sair demônios da boca do dragão, da besta e do falso profeta que irão tentar e congregar os homens para essa grande batalha. E o dragão, a besta, o falso profeta e o exército de homens seguidores da besta se juntam em um lugar que se chama Armagedom. Este é o segundo ai (Apoc. 11:14).

A SÉTIMA TROMBETA / TAÇA

No céu João viu o anjo tocar a sétima trombeta (Apoc. 11:15-19). É o fim. No céu há um clima de louvor diante de Deus. O templo se abre e se vê a arca do concerto. Ouve-se vozes, relâmpagos e trovões, o sinal da última ira de Deus caindo sobre a terra. Acontece um grande terremoto e cai chuva de pedras na terra.

A arca do concerto vista no templo é a mesma arca feita por Moisés por determinação de Deus, e que era usada para transportar as tábuas dos dez mandamentos e a lei de Deus (Êxodo 25:10-16).

Na terra João viu o anjo derramar a sétima taça (Apoc. 16:17-21). É o fim. É a hora da grande batalha do Armagedom. Nesta visão João também ouve as vozes relâmpagos e trovões, acontece um grande terremoto como nunca houve na terra. A cidade se fende em três partes; é agora que desaparecem os montes, vales e ilhas.

A BATALHA DO ARMAGEDOM

João vê Jesus voltando com a sua esposa, a igreja que havia subido como sua noiva (Apoc. 19:11-16). Esta visão está simbolizada com Jesus sentado num cavalo branco seguido da sua igreja também em cavalos brancos. Deus convoca todas as aves de rapina do céu para se prepararem para a ceia, pois logo haverá muitos cadáveres para elas se alimentarem (Apoc. 19:17-18). A besta e seus seguidores estão reunidos para atacarem a Jesus (Apoc. 19:19). A besta e o falso profeta, esses dois homens que atormentaram os santos e enganaram os povos da terra durante a tribulação, são lançados vivos no lago de fogo e enxofre (Apoc. 19:20). Esses dois homens estão neste instante inaugurando o lago de fogo. São os primeiros a serem lançados nesse inferno eterno. E todos os demais homens seguidores da besta são mortos pela palavra de Jesus (Apoc. 19:21), no meio dos abalos acontecendo com a sétima trombeta / taça.

Esta batalha irá ocorrer num lugar chamado de vale do Megido, de onde vem o nome Armagedom (Zac. 12:11).

Nesta batalha os homens não se atemorizam com a presença de Jesus. O profeta Isaias faz comparação com o leão e o cachorro que rugem diante de sua presa e não se espantam com o pastor diante deles (Isa. 31:4).

No capítulo 19, versículos 1 a10 do livro de Apocalipse, podemos ler o momento de louvor diante de Deus pela derrota definitiva do reinado da besta. Observe que a igreja de Cristo, antes chamada como noiva, agora é chamada de esposa (Apoc. 19:7), porque é chegada a hora das bodas quando Jesus e sua igreja estarão para sempre juntos. Foi para isso que Jesus preparou a sua igreja. E você, leitor, já faz parte dessa igreja que está sendo preparada por Jesus para estar eternamente com ele?

Na seqüência dos acontecimentos, Satanás é preso e amarrado por mil anos, enquanto durar o reinado de Jesus na terra (Apoc. 20:3), e quando terminarem os mil anos, então ele será solto por um pouco de tempo. Mais tarde veremos porque ele terá que ser solto.

Assim termina o período de tribulação após a abertura do sétimo selo e o tocar da sétima trombeta. A terra está restaurada, sem maldições, os homens rebeldes foram todos mortos e ficarão aguardando o dia do juízo final para a ressurreição e condenação.

Jesus já está de volta à terra com sua igreja para reinar sobre os judeus representados pelos 144000 assinalados por Deus os quais irão povoar a terra nos próximos mil anos.

O novo ambiente da terra agora é completamente oposto ao que vimos na tribulação. Jesus irá reinar numa terra totalmente restaurada num ambiente de paz e prosperidade.



Capítulo 22


O MILÊNIO

Chegou a hora de estudarmos sobre o reinado de Jesus sobre o povo judeu na terra durante mil anos.
Antes de iniciarmos esta lição, vamos relembrar as profecias sobre o reinado de Jesus.
No início deste curso mencionamos a profecia de Daniel, quando ele disse que setenta semanas estavam determinadas sobre o povo judeu, para extinguir a iniqüidade e ungir o Santo dos santos (Dan. 9:24).
Quando o anjo anunciou o nascimento de Jesus para sua mãe Maria, ele também disse que Jesus sentaria no trono de Davi e reinaria sobre os judeus para sempre (Luc. 1:32-33).

Alguns acreditam e ensinam que esse reinado de Jesus não é literal, mas espiritual. Não podemos concordar com essa interpretação, pois não é isto que dizem as escrituras sagradas. Não há a menor dúvida de que Jesus sempre foi e é para nós, os que o seguimos e obedecemos a sua palavra, o Rei dos reis. Jesus reina em nossa vida, tanto espiritual como material, pois obedecemos a sua palavra, ele é o nosso Senhor. Mas isso não é tudo, além disso, Jesus também reinará literalmente aqui na terra sobre os judeus, sentando no trono e dirigindo a vida neste mundo durante mil anos.

Muitos também pensam que no milênio Jesus reinará sobre os que ressuscitaram. Não é bem assim. Na seqüência deste estudo vamos ver que o reinado será sobre os homens que estarão povoando a terra e que os ressuscitados estarão auxiliando Jesus nesse reinado.

Evidentemente, quando os mil anos terminarem, não significa que Jesus deixará de ser rei, mas continuará para sempre como Senhor e Rei, a única diferença é que a terra e os homens depois estarão em condições diferentes do que conhecemos.

O livro do Apocalipse não fornece detalhes sobre as condições de vida durante o reinado de Jesus, porém encontramos uma riqueza de detalhes nos livros das profecias do antigo testamento. O Apocalipse somente menciona que Jesus irá reinar durante mil anos (Apoc. 20:4,5,7).

Na terra estarão somente os 144000 judeus que foram marcados por Deus e que passaram ilesos pela tribulação. Eles agora vão povoar a terra durante esses mil anos obedecendo às ordens de Jesus. Convém ressaltar que esses judeus estarão vivendo na terra como nós hoje, ou seja, com o mesmo corpo que temos, de carne e sangue, sujeitos a doenças, dores, envelhecimento e morte, porém as condições de vida serão tão perfeitas, e as bênçãos serão tão grandes que os homens voltarão a ter longevidade, vivendo centenas de anos como era no passado. Eles estarão se casando, tendo filhos e povoando a terra.

Temos que ressaltar também que a igreja de Jesus, que foi arrebatada antes da tribulação e mais os que venceram a besta durante a tribulação, estarão juntos com Jesus para reinar com ele (Apoc. 20:4), pois esta é a promessa para a igreja (Apoc. 2:26-27). A igreja, ao contrário dos 144000 judeus, estará com um corpo transformado e glorificado como os anjos do céu, não sofrerão doenças, envelhecimento nem morte, tampouco se casarão ou terão filhos (Mat. 22:30). Nós cremos que a igreja reinando com Jesus, estará obedecendo ordens de Jesus em favor dos homens que estarão vivendo na terra, da mesma forma que os anjos nos dias de hoje nos assiste debaixo das ordens de Deus.

A seguir vamos destacar algumas características do reinado de Jesus que estão mencionadas nas profecias, não se esquecendo que os homens, que estarão vivendo na terra ainda estarão na carne, ou seja, com um corpo e alma com a natureza pecaminosa herdada por Adão. Como Satanás nesse tempo estará preso, não haverá tentação maligna, e qualquer iniqüidade cometida será unicamente causada pela concupiscência da carne devido a natureza pecaminosa que ainda terão.

Como já havíamos aprendido, a terra foi restaurada e toda maldição que nela havia foi retirada. Jesus jamais reinaria numa terra sob maldição.

Vejamos agora algumas das características da terra, dos homens e do reino de Jesus, todas registradas nas profecias.
Toda terra será uma planície, todos os montes e precipícios desaparecerão. Leia os seguintes textos que confirmam esse fato: Isa. 40:4; Zac. 14:10; Apoc. 16:20; Isa. 24:1; Isa. 13:13; Isa. 24:13; Isa. 24:18; Isa. 24:20; Ezeq. 38:20
Os continentes se unirão. No início da criação, as águas estavam juntas em um lugar e havia uma só porção seca (Gen1:1-10). Hoje, se examinarmos um mapa mundi, podemos perceber que os continentes algum dia se afastaram. Note que a costa das Américas se encaixam exatamente nas costas da África e Europa, e os demais continentes parecem que sofreram uma explosão espalhando-se em pedaços. Está escrito que a terra irá estremecer e se juntarão (Isa. 41:5).
Não haverá mares. Como conseqüência do ajuntamento dos continentes e da transformação da superfície da terra em planície, os mares deixarão de existir. Leia Apoc. 6:14; Apoc. 16:20; Apoc.21:1.
A luz do dia será suave e a noite não será totalmente escura. Não haverá sol intenso durante o dia, pois as nuvens manterão a luz do dia suave e agradável. Da mesma forma, o clima será perfeito, não haverá calor nem frio insuportáveis (Zac. 14:5-7; Isa. 4:5-6).
As angústias do passado serão esquecidas, haverá paz e felicidade entre os homens (Isa. 65:1619).
A longevidade entre os homens voltará como no passado, viverão centenas de anos, de forma que alguém com cem anos de idade será considerado um jovem (Isa. 65:20), quando o texto diz que não haverá crianças de poucos dias, não significa que não haverá bebês, mas sim que não haverá crianças que durem poucos dias, ou seja, não haverá mortandade infantil. Observe neste texto que existe uma menção de possibilidade de haver pecado, portanto os homens durante o milênio não estarão imunes ao pecado.
Ninguém vai plantar para que outros comam ou construir casa para que outros morem nela. Cada um terá sua própria plantação e sua própria casa. Com toda certeza não haverá impostos a pagar, pois será cumprida a profecia de que a terra seria possessão eterna dos homens (Isa.65:21-22).
Todo trabalho será frutífero, ninguém irá trabalhar em vão e sem produtividade. Os filhos serão abençoados, não haverá juventude corrompida ou transviada (Isa. 65:23-24).
A oração será atendida antes mesmo de terminada. Deus ouvirá as orações imediatamente (Isa. 65:24).
Não haverá animais ferozes. O lobo e o cordeiro comerão juntos, as crianças poderão brincar com animais que hoje são perigosos (Isa. 65:25; Isa. 11:6-9; Ose. 2:18). No passado, antes do dilúvio os animais eram todos dóceis, não haviam animais ferozes. A ferocidade dos animais começou logo após o dilúvio mediante uma determinação de Deus (Gen.9:2).
Os homens irão até Jerusalém para ouvir as palavra de Jesus (Isa. 2:1-5; Miq. 4:1-4). Será extremamente fácil essa viagem, pois como já vimos, a terra será uma planície , não havendo montes, precipícios nem oceanos.
Não haverá qualquer espécie de idolatria ou seitas pagãs como hoje (Isa.2:18; Isa 31:7; Isa. 37:19; Zac. 1411).
Jesus sozinho, no seu governo, exercerá os poderes legislativo, executivo e judiciário (Isa.33:22).
No seu reinado, Jesus será totalmente justo, não julgará mediante o que seus olhos virem, nem pelo que os homens falarem (maledicências e fofocas), mas pelas intenções dos homens, isto quer dizer que se alguém pensar em fazer algo errado, Jesus já estará tomando sua providencias contra o pecado (Isa. 11:1-5; Isa. 32:1).
Não haverá cegos, nem surdos, nem mudos, nem gagos e nem paralíticos (Isa. 32:3-4; Isa. 35:5-6; Isa. 42:16).
Todos falarão o mesmo idioma (Isa. 33:19).
Não haverá doenças (Isa. 33:24).
Não haverá desertos e toda terra florescerá (Isa.35:1-2, 7).
O Mar Morto, que conhecemos como um mar salgado e sem vida, terá águas límpidas, e muito peixe (Ezeq. 47:8-9)
Não haverá guerras, as armas de guerra serão transformadas em instrumentos de trabalho (Ose. 2:18).

Imaginem morarmos em uma terra com todas estas bênçãos que acabamos de ver, e ainda com muita paz, tranqüilidade, vivendo muitos anos, e sem violências, sem delegacias de polícia, prisões, hospitais, sem aquele medo e terror de bandidos, assaltos e crimes. As casas não precisarão de fechaduras e cadeados.

Parece até um sonho de ficção, mas é assim que será o reinado do Rei dos reis nesta terra durante mil anos.



Capítulo 23


O JUÍZO FINAL

No capítulo anterior nós vimos que antes de Jesus estabelecer seu reino aqui na terra, ele prendeu Satanás no abismo para ser solto por um pouco de tempo após o milênio (Apoc. 20:3,7). Aqui cabe uma pergunta: Porque Jesus iria soltar Satanás de sua prisão? Não estava bem sem ele na terra?

A resposta está em Apoc. 20:8. Satanás sairá para enganar os homens sobre toda face da terra. Ele irá tentar fazer com que os homens se revoltem contra Jesus e o tirem do trono. Pode parecer estranho, durante o reinado de Jesus tudo era perfeito havia paz e harmonia, e mesmo assim os homens se rebelariam? Sim, não podemos esquecer de que os homens ainda estavam com sua natureza pecaminosa. Em seus corações, certamente haviam o desejo de cobiça, inveja e egoísmo.

Com toda certeza, muitos homens durante o milênio não estavam totalmente satisfeitos com o reinado de Jesus. Costumo exemplificar com fatos atuais. Por exemplo, temos certeza de que ninguém paga impostos com alegria e satisfação, mas paga porque é obrigado obedecer a lei. Da mesma forma, muitos homens no milênio irão obedecer a Jesus porque não terão escolha, Jesus não irá permitir qualquer iniqüidade no seu reinado.

Assim sendo, saindo Satanás para instigar esses homens, eles cairão na armadilha do diabo e se ajuntarão para batalhar contra Jesus.

Isto se faz necessário porque Deus sempre coloca os homens em posição de livre arbítrio, ou seja, com livre escolha para decidir entre Deus e o diabo. É a mesma razão pela qual Deus colocou no jardim do Éden a árvore com fruto proibido. Era necessário que o homem fosse testado e revelado qual seria sua escolha. Deus quer que o homem o obedeça de livre e espontânea vontade, e nunca por obrigação.

Durante o reinado, Jesus estava governando com vara de ferro, mas agora os homens tinham que ser provados para saber se estavam obedecendo por amor a Jesus ou por obrigação, por isso é que Satanás sai para tentar o mundo e então Deus irá selecionar quem realmente estava obedecendo a Jesus por amor.

Está escrito que muitos se juntaram para batalhar contra Jesus (Apoc.20:7-9). Uma coisa, porém acontece: Cai fogo do céu e consome todos os rebeldes (Apoc. 20:9). Vemos aqui fatos interessantes. Não foi Jesus que os matou com a espada da sua boca como fez no Armagedom, mas veio fogo diretamente do céu.

Está escrito também que o fogo os devorou, isto quer dizer que provavelmente não ficaram nem as cinzas. Um acontecimento semelhante aconteceu com Elias quando em disputa com os profetas de Baal, orou pedindo fogo do céu que consumiu todo holocausto, inclusive a água e as pedras (1Reis.18:38).
Isto faz sentido. No Armagedom, depois que os homens foram mortos, Deus convocou as aves de rapina para limparem a terra dos cadáveres que não podiam ser sepultados, mas agora, a terra já estava limpa e não poderiam ficar cadáveres insepultos sobre a terra, por isso é que o fogo os consumiu e manteve a terra limpa.

Agora sim, depois que Satanás fez o que tinha que fazer foi finalmente lançado de forma definitiva no lago de fogo, onde já estavam a besta e o falso profeta (Apoc. 20:10). Este é o fim de Satanás, de lá ele nunca mais sairá, será atormentado por toda a eternidade.

Chegou a hora do juízo final, ou seja, o último juízo de Deus sobre os homens. Dizemos que é o último porque já houveram vários outros, como no Éden, no dilúvio, na torre de Babel, na crucificação de Jesus onde nosso pecados foram julgados, e também na tribulação.

Na visão, João vê todos os demais mortos serem ressuscitados, ficando diante do trono de Deus (Apoc. 20:11-15).

Todos os mortos desde a criação, ressurgem, sem distinção de raça, situação social, todos estão agora diante do trono para serem julgados.

Diz a escritura que abriram-se os livros. Isto significa que havia mais de um livro, não sabemos quantos, mas pelo menos dois com certeza, ou talvez mais de dois. Diz também que abriu-se um outro livro que é o livro da vida.

No livro da vida estão escritos os nomes daqueles que estão salvos pelo sacrifício de Jesus, de todos aqueles que obedeceram a Deus e a Jesus, daqueles que nasceram de novo e dos que obedeceram a Deus desde a fundação do mundo (Fil. 4:3; Apoc. 3:5; Apoc. 17:8).

Os primeiros livros mencionados contém o registro das obras de cada um, pois está escrito que os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros. Provavelmente havia um livro para cada período designado por Deus. Por exemplo, o julgamento dos que viveram no período da igreja é diferente dos que viveram da era da lei. Também não se poderia acusar alguém que viveu antes do dilúvio, por não ter aceitado a Jesus como Salvador, pois naquele tempo Jesus ainda não havia nascido. Portanto, em cada época havia uma condição para a salvação.

No julgamento, cada um passa pelo exame das coisas escritas nos livros e depois, se o nome não estiver no livro da vida o réu é lançado no lago de fogo. A condição para que haja a salvação é que o nome esteja no livro da vida. Os que serão lançados no lago de fogo saberão o motivo da condenação pelo que estiver registrado nos primeiros livros onde estão escritas as obras de cada um.

Os que tiverem seus nomes escritos no livro da vida passarão para a eternidade junto com Deus e com Jesus na Nova Jerusalém, a cidade preparada por Jesus para os santos (Apoc.21:2-3,27).

E a morte e o inferno são também lançados no lago de fogo (Apoc. 20:14) a partir deste momento já não há mais mortes em parte alguma.



QUEM NÃO PASSARÁ PELO JUÍZO FINAL

Como já dissemos, a igreja de Cristo, ou seja, aqueles que ressuscitaram e foram arrebatados antes da tribulação, bem como aqueles que venceram a besta e reinaram com Cristo no milênio, não passarão por esse juízo, pois seus pecados foram julgados na cruz com o sacrifício de Jesus. Eles têm os seus pecados perdoados e estão justificados diante de Deus mediante a fé em Jesus, portanto, já não há mais condenação para esses homens, por isso já foram designados para reinarem juntos com Jesus (Rom. 8:1). Considere-se também o fato de estar escrito que os MORTOS estavam diante do juiz e, no entanto, a igreja que foi ressuscitada não estava morta, mas viva.

Existem dois homens que serão lançados no lago de fogo sem precisar passar pelo juízo final, são a besta e o falso profeta, os primeiros a serem lançados naquele lugar.

Há quem acredite que no juízo final só passarão os perdidos. Jesus certa vez fez uma declaração que prova o contrário. Leia o texto em Mateus 12:41-42. Veja que Jesus declara que os ninivitas e a rainha de Sabá estão salvos e eles irão ressuscitar no dia do juízo e irão condenar os escribas e fariseus.

Portanto todos os salvos desde a criação do mundo até o final do milênio estarão no juízo final com exceção da igreja arrebatada na condição de noiva de Cristo e a igreja que passou pela tribulação e venceu a besta.

Com toda certeza, todos os perdidos, desde a criação do mundo até o final do milênio estarão presentes no juízo, com exceção da besta e do falso profeta.

Para terminar queremos aqui incluir um comentário sobre um assunto que muitos tem perguntado nas salas de aula. Trata-se daqueles que nunca em toda a sua vida ouviram falar de Jesus. E citam os índios como exemplo. Estariam eles salvos? Seriam eles condenados no juízo final?

Sem dúvida nenhuma, quem morrer sem Cristo estará perdido, pois Jesus é o único caminho para a salvação. Pode até parecer injustiça por parte de Deus, mas não é. Está escrito em Romanos 2:12 que todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Isto significa que ninguém terá desculpa. Se um índio morrer sem nunca ter ouvido falar de Jesus, certamente no dia do juízo ele não será acusado por isso, mas com toda certeza será acusado de muitas coisas erradas que tiver feito conscientemente durante sua vida, mas a causa da condenação será sempre a falta de Jesus em sua vida. Até as crianças de poucos anos tem consciência de seus erros, pois se escondem quando fazem coisas erradas, quanto mais um adulto. E é por esse caminho que será acusado para a condenação eterna.

Apenas para entendermos melhor, nós não sabemos se Adão se reconciliou ou não com Deus, mas SUPONDO que ele esteja perdido, no dia do juízo ele não será condenado por não ter aceitado Jesus como Salvador, mas será condenado por ter desobedecido a Deus e ter comido do fruto proibido.



Capítulo 24


A NOVA JERUSALÉM
E A ETERNIDADE

Sugerimos que se leia inteiramente os capítulos 21 e 22 do Apocalipse antes de continuar este capítulo final.

Com o juízo final termina toda historia da humanidade, e toda sua iniqüidade, que iniciou com o pecado de Adão no Jardim do Éden.

O que temos pela frente agora é simplesmente uma continuação do que Deus havia planejado quando criou o homem colocando-o no jardim do Éden. Basta vermos toda essa história da humanidade pela qual estamos passando, como sendo um parêntesis na criação de Deus, onde Satanás e o homem destruíram a obra de Deus, e Deus providenciou a restauração para continuar o seu plano para a humanidade.

Evidentemente, agora existe algo mais, representado pelos galardões para aqueles que obedeceram incondicionalmente a Palavra de Deus e colaboraram com a sua obra.

João viu um novo céu e uma nova terra (Apoc. 21:1,5). Tudo agora é novo, sem pecado e sem maldição, sem Satanás, sem demônios, sem pragas, doenças ou mortes.

Na visão João viu a nova cidade de Jerusalém descendo do céu como uma esposa com seu marido (Apoc. 21:2-3). Agora a igreja de Cristo já não é mais noiva, mas esposa (Apoc. 21:9). Este é o lugar que Jesus disse que iria preparar para os seus seguidores (João 14:2).

A descrição da cidade está escrita em Apoc. 21:9-22 de onde vamos destacar alguns detalhes:

A cidade era toda feita de pedras preciosas. As portas e os fundamentos em número de doze, cada um tinham os nomes das doze tribos de Israel e dos doze apóstolos de Jesus, confirmando mais uma vez o número doze como símbolo dos remidos. Vemos também os dois grandes grupos de homens com os quais Deus fez sua aliança: Israel e Igreja. A aliança que Deus fez com Abraão e a nova aliança com a igreja de Jesus estão presentes e representadas na nova cidade dos santos.

O tamanho da cidade, no formato de um cubo, pois tinha as mesmas medidas na largura, comprimento e altura, media doze mil estádios de cada lado (note o numero doze novamente nas medidas da cidade), o que corresponde a aproximadamente dois mil duzentos e vinte quilômetros (Apoc. 21:16). Apenas para ter uma idéia, a base de dois mil duzentos e vinte quilômetros corresponde a aproximadamente, no Brasil, a distância entre a cidade de São Paulo e o estado do Rio Grande do Norte.

Você acha esse tamanho de cidade muito grande ou muito pequeno? Se você não tem idéia, vai aqui mais uma comparação aproximada: Em um quadrado de 2220 Km de lado é possível colocar toda a população do mundo em pé com uma distancia de 20 metros entre cada pessoa.

Deus estará habitando nesta cidade, por isso, lá não existem templos e nem precisa do sol, pois Deus estará sempre presente e a sua glória será a luz da cidade (Apoc. 21:22-23).

Observe um detalhe muito importante: Está escrito que as NAÇÕES andarão à sua luz e os REIS DA TERRA trarão para ela a sua glória e honra (Apoc. 21:24,26). Isto significa que haverá povos vivendo na terra fora da cidade, e diz ainda no verso 27 que só entrarão na cidade os que tiverem seus nomes escritos no livro da vida.

Em seguida João descreve a visão do rio puro da água da vida bem como a árvore da vida que será para a SAÚDE DAS NAÇÕES. Em primeiro lugar queremos salientar que essa árvore da vida é a mesma que estava no jardim do Éden e que Deus a guardou para que Adão não comesse dela, pois se comesse, viveria para sempre porem na condição de pecador (Gen 3:22). Agora essa mesma árvore está presente na terra para a saúde dos povos e nações. Mais uma vez, vemos uma evidência da existência de povos vivendo na terra por toda eternidade.

Queremos lembrar que nas primeiras lições deste estudo mencionamos o fato de que Deus criou o homem e o colocou na terra para que vivesse eternamente nela. Deus não criou o homem para que morresse, mas para que vivesse eternamente na terra que Deus lhe deu.

Quem seriam esses povos que estariam vivendo na terra? Lembremos da lição do milênio. Quando terminaram os mil anos, Satanás tentou os homens para que se rebelassem contra Jesus e os rebeldes foram consumidos pelo fogo que desceu do céu. E quanto aos outros que não se rebelaram? Evidentemente os fiéis não foram mortos naquela hora e permaneceram vivos.

Mas como eles estavam ainda com sua natureza pecaminosa mesmo sendo fiéis a Jesus, seria necessário que eles fossem transformados da mesma maneira como haverá a transformação dos vivos quando Jesus vier para buscar sua igreja (1Cor.15:51-52).

Encontramos este fato nas profecias quando o profeta Ezequiel declara que Deus irá purificar o sangue dos que Ele ainda não tinha purificado (Ezeq. 37:31). Entendemos que os homens que permaneceram fieis a Jesus no milênio continuarão vivendo eternamente na terra, porém com um corpo imune às doenças, dores e mortes, da mesma maneira que estariam Adão e Eva se não houvessem pecado.

Outro fato que nos leva a esse entendimento, é que foi profetizado pelo anjo quando falou a Maria, que Jesus seria Rei eternamente sobre os descendentes de Jacó (Lucas 1:33) e sabemos que todos os remanescentes do milênio são judeus da linhagem de Jacó.

Está escrito em Apoc. 21:1 que João viu um novo céu e uma nova terra e disse ter visto descendo à terra, a nova Jerusalém, portanto a terra continuará existindo totalmente renovada e a cidade de Jerusalém, a morada dos santos, no formato de um cubo estará sobre a terra.

Assim vemos na eternidade, um planeta terra totalmente perfeito, um paraíso de Deus, e sobre essa terra, homens e mulheres vivendo como no Jardim do Éden (Ezeq.36:35) com um rio de águas cristalinas chamado rio da água da vida e mais ainda, a árvore da vida à disposição dos povos. E no centro dessa terra, uma cidade santa onde Deus estará sempre presente, estarão Jesus como Rei eterno, e todos os santos, ou seja, todos os salvos desde a fundação do mundo, todos aqueles que tinham seus nomes escritos no livro da vida e que ressuscitaram com um novo corpo glorioso como Jesus.

E vi um novo céu e uma nova terra.
Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe.
E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus,
adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo.
E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia:
Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse:
Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.
A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida.
Aquele que vencer herdará estas coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.



A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós!

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